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Economia
Sexta - 26 de Maio de 2006 às 14:14
Por: Jaime Neto

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Em reunião na manhã desta sexta-feira (26) na sede da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado), em Cuiabá, os produtores de Mato Grosso rechaçaram o pacote agrícola anunciado ontem pelo governo Lula. Os agricultores queixam que as medidas não irão mexer nos custos de produção e no câmbio, principais gargalos de Mato Grosso.

“Do que adianta dar dinheiro se o produtor não tem rentabilidade”, observou Glauber Silveira, vice-presidente Oeste da Aprosoja. O pacote prevê a liberação de R$ 50 bilhões para agricultura comercial. Para Glauber, essa cifra serve mais para ‘mídia’ e para ajustar as contas dos bancos já que, segundo ele, os produtores terão dificuldades de captar recursos por não ter como dar garantias ao financiamento.

Ele explicou ainda que na safra 2005/06 a rentabilidade média no estado foi de 42 sacas por hectares e que só para cobrir os custos de produção (insumos, óleo diesel, frete etc) teria que fechar em 65 sacas por hectares de acordo com as projeções da Conab e Fundação Mato Grosso. Segundo explicou há 3 anos, o custo girava em torno de 38 sacas. “Neste período foram incorporados 260 dólares por hectares no custo de produção”.

O produtor Eraí Maggi também criticou o pacote que tachou de “tímido” já que não toca na renda do agricultor. De acordo com ele, a prorrogação das dívidas com juros altos fará o produtor encolher a área plantada no estado em torno de 30% para safra seguinte. “Era preciso prorrogar a dívida, mas com juros menores e baixar impostos para diminuir os gastos com diesel, fertilizantes e fretes. Os bancos não vão dar dinheiro porque o produtor não tem como dar garantias”.

Segundo Eraí, até as safras passadas o agricultor estava tendo redução nos lucros, mas que agora é prejuízo. “O pacote é bom para o governo. Querem produzir um superávit, mas quebrando toda a cadeia produtiva”, reclamou. Ele também observou que há dois anos não há investimentos em tecnologia e isso irá se refletir de forma negativa nas próximas safras com a queda na produtividade.

Para o vice-presidente Leste da Aprosoja, Marcos da Rosa, é preciso saber quais produtores poderão ter acesso à prorrogação de vencimentos e refinanciamentos. O agricultor salientou que nenhum dos 13 itens levados ao governo federal recentemente, em Brasília, foi contemplado pelo plano.





Fonte: Midia News

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