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Internacional
Sexta - 26 de Maio de 2006 às 13:50

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A Romênia devolveu nesta sexta-feira uma fortaleza medieval conhecida como o "Castelo de Drácula" a seus proprietários de antes da Segunda Guerra Mundial, a ex-família real dos Habsburgos, expulsos da região pelos comunistas quase 60 anos atrás. Encravado na floresta aos pés dos Cárpatos, o Castelo Bran é um dos imóveis de maior valor do patrimônio real devolvido pelo governo romeno, segundo prevê a conturbada lei de restituição do país.

A entrega do castelo, que acontece depois de uma batalha judicial de cinco anos, alimenta as esperanças de muitos romenos que ainda desejam reaver suas casas, fábricas e terras perdidas para os fascistas durante a guerra e para os comunistas que passaram a dominar o país depois dos conflitos.

"Não consigo acreditar que isso está realmente acontecendo. Fiquei todo arrepiado. Esse era meu lar e eu não estive no castelo desde 1948", disse Dominic von Habsburg, herdeiro do rei Ferdinand e da rainha Maria.

"Essa foi uma estrada bastante longa e demorada. Todos desejam voltar para casa algum dia", afirmou enquanto seguia para uma cerimônia de restituição no castelo em Bran. Dominic von Habsburg é um arquiteto de 69 anos que trabalha em Nova York.

Transformada em um museu, a maior atração turística da Romênia - um país pobre banhado pelo mar Negro e que espera ingressar na União Européia (UE) no próximo ano - foi construída no século 14 para proteger a cidade de Brasov dos ataques dos turcos otomanos.

Torres pontiagudas e uma localização remota renderam ao castelo seu apelido famoso - o local é cenário perfeito para um filme de terror. Mas a construção nunca foi parte do romance "Drácula", de Bram Stoker, apesar de o famoso dirigente da Romênia do século XV, Vlad Tepes, ou Vlad, o Empalador, cuja vida inspirou o livro, poder ter passado rapidamente pela região.

"Este é um momento de justiça e um momento de cultura", afirmou o ministro da Cultura do país, Adrian Iorgulescu, a membros da família Habsburgo, repórteres e curiosos.

Comerciantes que vendem vinho do Drácula, vodca do Vampiro e camisetas com o ameaçador semblante de Vlad às centenas para turistas que visitam Bran diariamente preocupam-se com a possibilidade de perder sua fonte de renda se os Habsburgos fecharem o museu.

"É bom que o governo devolva o castelo. Mas, agora, dependemos do proprietário para continuar morando aqui", afirmou Maria Pedestru, de 70 anos, que vende rendas tradicionais às portas do castelo.





Fonte: Reuters

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