Salário "embutido" na tarifa não é real

O Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Cuiabá e Região acusa a Prefeitura de Cuiabá de não estar cumprindo seu papel ao não fiscalizar as empresas de transporte coletivo em se tratando do cumprimento do contrato licitatório. Com base em parecer do Sindicato dos Contabilistas do Estado (Sincon/MT), motoristas e cobradores alegam estar recebendo salário menor do que o declarado pelos empresários durante a elaboração da planilha de custos para o reajuste tarifário, que passou a vigorar em março na capital. O salário de R$ 1.053 da planilha não é pago aos motoristas que recebem R$ 1.037. O relatório é assinado pelo contabilista Gilson Olmedo.

O assessor jurídico do sindicato dos trabalhadores, João Batista dos Anjos, assegura que este novo relatório vai ser anexado ao processo de dissídio, em andamento no TRT. Acusa os empresários de terem embutido na tarifa de R$ 1,85, reajustes salariais que os trabalhadores não chegaram a receber.

O presidente do sindicato, Ledevino da Conceição, informa que entre 1992 e 1998, o salário de um motorista equivalia a 1 mil tarifas e o cobrador a 600. Com o passar dos anos a tarifa passou a ser superfaturada e os salários dos trabalhadores não acompanharam os mesmos índices de aumento experimentados pelos patrões. Os trabalhadores ainda brigam na Justiça para receber 1,6% de percentual sobre o dissídio do ano passado. (SR)