"Sanguessugas" retornam às celas
A reviravolta no caso "Sanguessuga" veio com a liminar concedida à Reclamação impetrada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, no STF, que pedia a suspensão dos efeitos da decisão do Tribunal Regional Federal, 1ª Região. O TRF mandou soltar todos os presos na última terça-feira, apontando ser a 2ª Vara Federal de Mato Grosso incompetente para julgar e processar os envolvidos na operação, uma vez que haviam nomes de parlamentares citados.
Em seu despacho, a ministra Ellen Gracie afirma que apenas o Supremo pode definir se a competência na ação é daquela Corte. "Nenhum outro órgão judiciário, que não a própria Suprema Corte, está autorizado pelo sistema constitucional a impor tal manifestação", argumentou.
Em sua decisão, a ministra manteve todas as prisões e atos decretados pelo juiz federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider.
A ministra citou outras três reclamações que estão no STF e questionam a competência para processar os inquéritos em questão. Ellen Gracie ressalta que o Ministro Marco Aurélio, ao indeferir o pedido de liminar na reclamação da família Vedoin, já havia ressaltado que "as investigações conduzidas até o presente momento estão em fase de suma importância, e nelas as prisões temporárias representam não só a garantia de realização dos depoimentos dos envolvidos como também o impedimento de frustração dos atos de apreensão de novos elementos".
Na Reclamação ao STF, o procurador-geral da República sustentou que toda a documentação relativa ao possível envolvimento dos parlamentares citados nas escutas telefônicas já foi encaminhada para instauração de inquérito no Supremo e que em todas as comunicações a PF sempre ressaltou não haver investigação de autoridades com foro privilegiado.
Os presos em Cuiabá passaram por exame de corpo e delito na sede da PF e foram levados para os presídios onde estavam. Alessandra Trevisan Vedoin foi ouvida ontem pelo delegado Eduardo Rogério devido a uma carta precatória enviada pela justiça de Minas Gerais, que apura o envolvimento de uma prefeitura daquele estado no esquema.
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