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Nacional
Quarta - 24 de Maio de 2006 às 07:59

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Dentro de 20 ou 30 anos, o Brasil será a maior potência energética da Terra e um Estado invulneráel às tensões geopolíticas provocadas pelo petróleo, garantiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O Brasil será a maior potência energética da Terra. Conseguimos a autosuficiência de petróleo, em dois anos produziremos a maior parte do gás que consumimos e somos os mais competitivos na produção de etanol e biodiesel", disse Lula em uma entrevista ao jornal francês Le Monde, publicada por ocasião da visita do presidente Jacques Chirac ao Brasil.

Segundo o presidente brasileiro, o País "iniciou uma revolução energética" e "não será afetado" se outro Estado usar o petróleo como meio de pressão. "Decidimos apostar nas energias alternativas e poucos países podem competir com o Brasil no momento de extrair da terra o combustível do futuro graças a nossa superfície", comemorou.

Depois do decreto do governo da Bolívia que nacionalizou a exploração e comercialização de petróleo e gás, o que provocou vários mal-entendidos com o Brasil, principal cliente do gás boliviano, Lula garantiu que concorda com a decisão dos vizinhos e que a prioridade é a negociação com o presidente Evo Morales.

"Por que deveria adotar um tom duro com a Bolívia se não faço isto com os Estados Unidos ou a Europa? Disse a Morales que o Brasil depende da Bolívia assim como a Bolívia depende do Brasil. Por isso devemos encontrar um ponto de entendimento", explicou.

Mais uma vez, Lula pediu que não se misture "ideologia com economia" e admitiu que idéias da esquerda como a revolução ou o antiimperialismo são obsoletas. "Nunca tive obsessão pela etiqueta de esquerda. Sou torneiro mecânico de profissão e militante do Partido dos Trabalhadores (PT), cujo compromisso fundamental é a construção de uma sociedade mais justa", afirmou.

No que diz respeito ao Brasil, o presidente destacou a importância de perseverar a integração latino-americana, mas sem descuidar das relações com os Estados Unidos e com a Europa, laços que contribuem para "consolidar a democracia no mundo".

"O que não queremos é cair na dependência de um grupo de potências. Queremos construir nossa soberania graças a nossas capacidades tecnológicas e produtivas", concluiu.





Fonte: AFP

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