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Internacional
Terça - 23 de Maio de 2006 às 19:20

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VIENA - Nações européias se preparam para definir os detalhes finais sobre um pacote de benefícios e sanções para incentivar o governo iraniano a abandonar o enriquecimento de urânio, antes de apresentá-lo formalmente aos membros do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira.

Diplomatas familiares com as negociações da reunião, que será realizada na quarta-feira em Londres, informaram que representantes do Reino Unido, França e Alemanha devem se reunir na noite de terça-feira para discutir suas propostas antes do encontro da ONU no dia seguinte.

As três nações européias devem acertar os detalhes finais do pacote para que seja aceitável tanto pelos Estados Unidos quanto pela Rússia e China.

As diferenças entre os dois lados - que têm divergências quanto ao tipo de penalidade que dever ser aplicada contra o Irã caso o país se recuse a encerrar seu programa de enriquecimento de urânio - dificultaram as tentativas de apresentar uma frente unida sobre a questão iraniana.

Os americanos e seus aliados europeus querem uma resolução dura do Conselho de Segurança, com ameaças de uma ação militar caso o Irã mantenha sua postura desafiadora. Mas os russos e os chineses insistem que irão resistir à qualquer tentativa de uso de força como uma maneira de pressionar Teerã.

Na véspera da reunião entre as seis nações, agências de notícias russas citaram o ministro do Exterior, Sergey Lavrov, pedindo novamente o uso de meios diplomáticos para resolver o impasse nuclear.

Benefícios e sanções Segundo a proposta, "a comunidade internacional irá suspender a discussão no Conselho de Segurança se o Irã encerrar o enriquecimento e permitir as inspeções pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)"

O documento também pede que Teerã aceite um plano para transferir o programa de enriquecimento para a Rússia, promete ajudar na construção de um novo reator de água-leve no Irã e oferece um suprimento de combustível nuclear por até cinco anos.

Caso o Irã se recuse a aceitar as condições, a proposta prevê a suspensão de vistos de viagens, congelamento de bens, proibição de transações financeiras de membros do governo envolvidos com o programa nuclear, um embargo bélico e outras medidas que incluem um embargo no envio de carregamentos de produtos de óleo refinado para Teerã. Apesar de ser um grande exportador de petróleo, o Irã sofre com a escassez de gasolina e outros derivados de petróleo.

"Quando for apropriado, estas medidas podem ser adotadas sob o Capítulo 7, Artigo 41, da Carta da ONU", acrescenta o documento, referindo-se ao possível uso de força militar.

A linguagem, no entanto, continua controversa. Diplomatas que falaram sob condição de anonimato, afirmam que o chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, planeja pedir moderação nas reuniões de terça-feira com a secretária de Estado americana Condoleezza Rice, o Conselheiro de Segurança Nacional, Stephen Hadley e outros funcionários de alto escalão do governo americano. Ainda assim um oficial europeu afirmou que é improvável que Washington faça concessões.

A preocupação sobre o programa nuclear aumentou em 2002, quando foi descoberto que o Irã estava trabalhando em planos para enriquecimento de urânio em larga escala.

Teerã insiste que o propósito do programa é gerar eletricidade, mas a comunidade internacional teme que o seus trabalhos sejam destinados à construção de uma bomba nuclear.





Fonte: AP

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