Câmbio faz faturamento da indústria de máquinas cair
Nos quatro primeiros meses do ano, as exportações cresceram 9,3%, para US$ 2,9 bilhões, resultado do aquecimento do mercado externo. Já as importações registraram incremento de 17,7% no período,também para US$ 2,9 bilhões.
A queda da receita no setor é reflexo direto da apreciação do real, justifica o presidente da Abimaq, Newton de Mello, ressaltando que o câmbio favorece tanto as importações de máquinas mais baratas, como as fabricadas pela China, quanto as compras de bens de consumo final. Para o empresário, a cotação mais adequada para garantir alguma competitividade aos produtos brasileiros é R $ 2,60, valor que ele acredita será alcançado no segundo semestre.
"O ministro (Guido) Mantega (da Fazenda) e o novo secretário de Política Econômica, Julio Gomes de Almeida, são muito sensíveis ao problema criado pelo câmbio. As coisas estão mudando", afirmou, otimista.
De acordo com o empresário, ao permitir o aumento das importações de bens finais, o câmbio acaba atingindo indiretamente a indústria de máquinas, pois os fabricantes de produtos de consumo deixam de investir em modernização ou aumento da produção. "Quem vai investir sabendo que a concorrência dos importados continuará forte?", questiona o empresário.
Tendência Embora o consumo aparente ainda esteja em alta, a tendência é de reversão, caso o câmbio continue no atual patamar. No caso das exportações, a expectativa da Abimaq permanece de crescimento de 10% em 2006 ante os resultados de 2005, um crescimento muito inferior aos mais de 30% verificados em 2004/2003 e em 2005/2004.
O empresário voltou a defender a criação de um IOF para as aplicações de recursos estrangeiros, de forma escalonada, conforme o prazo de permanência do investimento no País. A outra proposta é a revogação da medida provisória que desonerou do Imposto de Renda a aplicação de investimento estrangeiro em títulos públicos brasileiros.
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