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Antigos armazéns resistem ao tempo
Eles já estão quase extintos, mas alguns antigos armazéns resistem ao tempo e à alta tecnologia de automação das grandes redes de supermercado que tomaram conta de Cuiabá.
Nos bairros mais tradicionais da capital é possível encontrar algumas dessas preciosidades. Como é o caso do Armazém Abraão, situado na rua 24 de Outubro, no bairro Goiabeiras (antigo Popular). O proprietário Alberto Zaque, 74 anos, conserva o seu comércio quase o mesmo há 58 anos.
Segundo ele, as exceções foram duas únicas mudanças feitas ao longo desses anos por uma questão de sobrevivência. Ele incorporou o artesanato na lista de produtos e suspendeu a comercialização de arroz, feijão e verduras a granel.
“Não dava mais para vender esses alimentos, as pessoas preferem comprá-los nos supermercados. E com o artesanato consegui manter as portas abertas”, observou o comerciante.
“Seo” Zaque afirma que há cinco anos vem pensando em fechar o comércio devido à saúde já debilitada e à falta de herdeiros com vocação para continuar seu negócio.
Porém, o apreço é tanto que há todo ano ele fala em fechar, mas acaba mantendo o comércio funcionando. “Acho que até o fim deste ano vou precisar fechar. Tenho que fazer uma cirurgia na coluna que adio faz tempo. Agora vou ter de fechar porque não aguento mais as dores”, lamentou Zaque.
Foi com esse armazém que o comerciante consegui criar seus quatro filhos, três deles adotivos. “Hoje um é biólogo, outro está se formando em letras e dois trabalham na prefeitura de Cuiabá”, diz.
Alberto Zaque sente a pressão dos supermercados e dos parentes, estes insistem em querer adaptar seu armazém à nova realidade.
“Meus irmãos vivem me pedindo para mudar o estilo da venda. Eu não quero. É assim que sei trabalhar”, frisou o comerciante.
Ele mantém inalterado a velha forma de armazenar os produtos nas prateleiras. As mercadorias ficam penduradas na vertical até o teto, tudo muito rústico.
No meio da loja, um balcão limita o espaço do cliente. De lá, ele faz seu pedido. E atrás do móvel, “seo” Zaque pega o produto solicitado e entrega ao consumidor. É esse o modelo adotado há cinco décadas que ele não abre mão.
Zaque afirma que aguentou até agora a pressão dos supermercados com os produtos diferenciados. Mas, entende que o comércio não é mais como antigamente. “Hoje as coisas são mais difíceis. Não é fácil ganhar dinheiro. E eu não tenho mais força para continuar, quero descansar”, diz, em tom de despedida.
Mercadorias que contam muita história
As grandes redes de supermercados podem ter infinitas variedades de produtos, mas muitos itens só é possível encontrar nos antigos armazéns. No Armazém Abrão, por exemplo, existem peças que futuras gerações não saberão identificar. É o caso de um balde-chuveiro em alumínio. Antigamente era muito usado nas casas cuiabanas.
Quem precisar de um penico ou mijadouro, como muitas pessoas mais velhas conhecem, só encontrará nesses estabelecimentos.
E uma vassoura de palha também está exposta na venda do proprietário Alberto Zaque. O comerciante não sabe calcular quantos itens existem em sua loja. Com certeza, são milhares de peças pequenas e grandes. “Vendemos um pouco de tudo aqui”, frisou Zaque.
Filtro de barro, louças, cestos, bacia de alumínio, ralador rústico, chapéus de palha, redes, artefatos que parecem intactos contra a ação do tempo. Esse lugar tão especial está ameaçado e pode deixar de existir em pouco tempo. O proprietário afirma não ter mais saúde para continuar o seu negócio e vai fechá-lo.
Nos bairros mais tradicionais da capital é possível encontrar algumas dessas preciosidades. Como é o caso do Armazém Abraão, situado na rua 24 de Outubro, no bairro Goiabeiras (antigo Popular). O proprietário Alberto Zaque, 74 anos, conserva o seu comércio quase o mesmo há 58 anos.
Segundo ele, as exceções foram duas únicas mudanças feitas ao longo desses anos por uma questão de sobrevivência. Ele incorporou o artesanato na lista de produtos e suspendeu a comercialização de arroz, feijão e verduras a granel.
“Não dava mais para vender esses alimentos, as pessoas preferem comprá-los nos supermercados. E com o artesanato consegui manter as portas abertas”, observou o comerciante.
“Seo” Zaque afirma que há cinco anos vem pensando em fechar o comércio devido à saúde já debilitada e à falta de herdeiros com vocação para continuar seu negócio.
Porém, o apreço é tanto que há todo ano ele fala em fechar, mas acaba mantendo o comércio funcionando. “Acho que até o fim deste ano vou precisar fechar. Tenho que fazer uma cirurgia na coluna que adio faz tempo. Agora vou ter de fechar porque não aguento mais as dores”, lamentou Zaque.
Foi com esse armazém que o comerciante consegui criar seus quatro filhos, três deles adotivos. “Hoje um é biólogo, outro está se formando em letras e dois trabalham na prefeitura de Cuiabá”, diz.
Alberto Zaque sente a pressão dos supermercados e dos parentes, estes insistem em querer adaptar seu armazém à nova realidade.
“Meus irmãos vivem me pedindo para mudar o estilo da venda. Eu não quero. É assim que sei trabalhar”, frisou o comerciante.
Ele mantém inalterado a velha forma de armazenar os produtos nas prateleiras. As mercadorias ficam penduradas na vertical até o teto, tudo muito rústico.
No meio da loja, um balcão limita o espaço do cliente. De lá, ele faz seu pedido. E atrás do móvel, “seo” Zaque pega o produto solicitado e entrega ao consumidor. É esse o modelo adotado há cinco décadas que ele não abre mão.
Zaque afirma que aguentou até agora a pressão dos supermercados com os produtos diferenciados. Mas, entende que o comércio não é mais como antigamente. “Hoje as coisas são mais difíceis. Não é fácil ganhar dinheiro. E eu não tenho mais força para continuar, quero descansar”, diz, em tom de despedida.
Mercadorias que contam muita história
As grandes redes de supermercados podem ter infinitas variedades de produtos, mas muitos itens só é possível encontrar nos antigos armazéns. No Armazém Abrão, por exemplo, existem peças que futuras gerações não saberão identificar. É o caso de um balde-chuveiro em alumínio. Antigamente era muito usado nas casas cuiabanas.
Quem precisar de um penico ou mijadouro, como muitas pessoas mais velhas conhecem, só encontrará nesses estabelecimentos.
E uma vassoura de palha também está exposta na venda do proprietário Alberto Zaque. O comerciante não sabe calcular quantos itens existem em sua loja. Com certeza, são milhares de peças pequenas e grandes. “Vendemos um pouco de tudo aqui”, frisou Zaque.
Filtro de barro, louças, cestos, bacia de alumínio, ralador rústico, chapéus de palha, redes, artefatos que parecem intactos contra a ação do tempo. Esse lugar tão especial está ameaçado e pode deixar de existir em pouco tempo. O proprietário afirma não ter mais saúde para continuar o seu negócio e vai fechá-lo.
Fonte:
Folha do Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/299563/visualizar/
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