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Segunda - 22 de Maio de 2006 às 07:52

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O recurso aplicado na proteção do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, 55, o prisioneiro mais rico de Mato Grosso, daria para bancar a estadia de ao menos 66 detentos. O governo estadual desembolsa algo em torno de R$ 50 mil mensais para mantê-lo seguro, enquanto um encarcerado comum custa em média R$ 750.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) pediu trégua e recorreu à Justiça Federal para se livrar do bicheiro, condenado por chefiar o crime organizado.

O órgão já protocolou ações judiciais pedindo a imediata transferência do detento. Arcanjo deve ser levado para o Paraná ou então Mato Grosso do Sul, onde são construídos presídios capazes de mantê-lo seguro.

No Paraná, o presídio é construído na cidade de Catanduvas e, em Mato Grosso do Sul, na capital, Campo Grande. Não há data definida para a transferência, informou ontem o secretário-adjunto de Justiça, Sebastião Ribeiro. “Aguardamos a decisão judicial”, disse.

A segurança de Arcanjo afetou setores importantes da Polícia Militar. Um batalhão inteiro, o Bope, não atua nas ruas desde 11 de março, quando o prisioneiro foi trazido do Uruguai.

Policiais treinados para agir em situações especiais, como rebeliões ou manifestações de risco, agora cumprem missões de agentes carcerários.

Levar água e marmita na cela do bicheiro é uma das ações corriqueiras exercidas pelo efetivo considerado como uma ala da elite policial mato-grossense.

Pelo menos 40 policiais do Bope cumprem expediente ao lado da cela de Arcanjo, segundo o comandante da companhia, Joelson Sampaio.

O custo calculado pela Sejusp leva em conta o salário dos militares, a alimentação e ainda os deslocamentos do prisioneiros até às audiências judiciais realizadas em Cuiabá e Várzea Grande, onde Arcanjo é apontado como o mandante de ao menos oito assassinatos.

O bicheiro vai aos fóruns de helicóptero. Nesses dias, além do efetivo do Bope, policiais federais também agem na escolta, somando uns 60 homens a serviço da segurança do prisioneiro.

A informação de que um preso comum custa em torno de R$ 750 mensais é do superintendente do Sistema Prisional, Domingos Sávio Grosso.

Em recentes declarações, Arcanjo disse que seu patrimônio declarado é estimado em cerca de R$ 400 milhões. No entanto, um inventário apurado parcialmente pela Advocacia Geral da União (AGU) e cálculos presumidos pelo Ministério Público Federal (MPF) indicam que a fortuna do bicheiro deva superar a casa de R$ 1 bilhão.

Mesmo levando-se em conta o cálculo de João Arcanjo, ele lidera com folga a lista dos homens mais ricos de Mato Grosso.





Fonte: Folha do Estado

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