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Internacional
Domingo - 21 de Maio de 2006 às 18:02

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Quando chegou a São Paulo na última quinta-feira, o jogador Cicinho, do Real Madrid e da Seleção, enfrentou a cruel realidade da cidade ao ser assaltado logo na saída do aeroporto. Se o Brasil sofre com a violência latente, agora turbinada pelo ataque de grupos criminosos ao Estado, o jogador encontrará a partir de segunda-feira uma situação totalmente contrária em Weggis. Segurança na cidade não é prioridade. E não é prioridade porque simplesmente não há motivos para tal. O melhor retrato desta outra realidade é a delegacia desta pequena cidade suíça, aos pés dos Alpes, por exemplo, que abre apenas duas vezes por semana.

O único posto policial de Weggis fica no térreo do prédio onde também funciona o hotel Chato Riviera. A equipe do Terra foi ao local e encontrou a porta fechada. Depois de tocar a campainha e não obter resposta, a equipe foi avisada por uma moradora de passagem que a delegacia funcionava apenas às quartas e quintas-feiras, quando o posto fica aberto para funções burocráticas.

Nos demais dias da semana, as ocorrências devem ser feitas através de um pequeno formulário. A ficha, que fica em um balcão ao lado da porta de entrada, deve ser colocada dentro da caixa de correio do prédio depois de preenchida com a reclamação ou sugestão e um telefone de contato.

Uma das últimas "ocorrências" foi a da moradora Josefina Kapelli, que encontrou uma bicicleta no quintal de sua casa. Imaginou ser roubada e acionou a polícia, preocupada.

Quando a equipe do Terra já deixava o local, apareceu a única viatura policial que fazia ronda pela cidade no dia. O carro foi cuidadosamente colocado dentro da garagem com capacidade para apenas mais dois veículos. Depois de uma rápida conversa em alemão e pose para uma foto, o policial tirou a chave do bolso e entrou, solitário, na delegacia.

O maior trabalho dos policiais em Weggis é checar as áreas de estacionamento. As ruas são estreitas e estacionar é quase impossível. Na cidade, a média de ocorrências graves, entenda-se roubos, é de uma por mês. Os delitos são cometidos em sua maioria por visitantes da cidade de cerca de 4 mil habitantes. Segundo informações do centro de turismo, suíços de outras regiões, alemães e ingleses, respectivamente, são os mais presentes.

Se houver uma ocorrência urgente nos dias nos quais a delegacia está fechada, as pessoas precisam ir até uma cidade próxima. Para chegar ao local, onde há policiais de plantão 24 horas por dia, leva 15 minutos em uma viagem de carro.

Para o período de estadia da Seleção Brasileira em Weggis, a cidade receberá reforço policial da vizinha Lucerna. A previsão é de que cerca de 10 mil pessoas passem diariamente pela região nas duas semanas de preparação dos pentacampeões para a Copa do Mundo da Alemanha.

A agência Attaro/Kentaro, responsável por receber a Seleção Brasileira em Weggis, contratou uma empresa de segurança particular para atuar principalmente nos treinos. Serão nove seguranças em volta do campo, enquanto dois investigadores à paisana vão transitar entre os torcedores para fazer o trabalho de observação. Outro contraste com a cena brasileira.

Em dias de jogos importantes, consomem-se 400 policias dentro dos estádios e 2.500 fora dos estádios, sem garantia de que a violência seja inibida.




Fonte: Terra

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