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Internacional
Domingo - 21 de Maio de 2006 às 17:16

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O social-democrata Alan García disse que evitará ofensas e fugirá de temas delicados hoje, durante o debate com seu adversário, o nacionalista Ollanta Humala, no segundo turno das eleições pela Presidência do Chile. O ex-presidente peruano (1985-1990) e candidato do Partido Aprista Peruano (PAP) disse hoje que, durante o debate, deve "aproveitar todo o tempo para expor planos de Governo sensatos e tranqüilos, que dêem segurança à população".

Os temas que os candidatos decidiram abordar são democracia, governabilidade e direitos humanos, economia e luta contra a pobreza, política social e medidas anticorrupção, descentralização e segurança pública.

García também disse à "Radio Programas del Peru" que evitará qualquer tipo de ofensas e denúncias, em alusão às ameaças do partido de Humala, União pelo Peru (UPP).

Daniel Abugattás, dirigente da UPP, anunciou no sábado que Humala revelaria uma gravação de uma conversa entre Alan García e Vladimiro Montesinos, ex-assessor e ex-homem forte no Governo de Alberto Fujimori.

Montesinos está preso e envolvido em vários processos por corrupção e violações dos direitos humanos.

No entanto, Abugattás disse hoje que o áudio não será divulgado durante o debate, porque não tem "facilidades" para a difusão. O dirigente da UPP garantiu que a gravação existe, e virá a público "em seu devido momento", de acordo com a emissora peruana "CPN".

Em um áudio divulgado na sexta-feira pela imprensa peruana, o ex-assessor disse que o levante militar liderado por Humala contra Fujimori, em 29 de outubro de 2000, em Locumba, foi uma operação para ajudá-lo a fugir do país no mesmo dia das ações.

Agora, os nacionalistas querem provar as ligações dos apristas com o ex-assessor de Fujimori.

Humala não se pronunciou publicamente sobre o debate. Segundo os analistas, o candidato nacionalista está em desvantagem em relação a García, conhecido por seus dotes de orador.

Espera-se que Humala ataque García e se refira à gestão de seu adversário como presidente, que deixou como herança uma inflação de mais de 7.000%.

Enquanto isso, a segurança é reforçada nos arredores da Quinta dos Libertadores do Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História em Lima, onde acontecerá o debate.

O debate entre García e Humala, que receberam respectivamente 24,33% e 30,62% dos votos no primeiro turno, será moderado pelo jornalista Augusto Álvarez Rodrich e terá uma platéia de 30 pessoas.

Um dos temas mais polêmicos é o dos direitos humanos, pois Humala é acusado de ter cometido abusos em 1992 quando dirigia uma base antiterrorista na selva peruana. Enquanto isso, García é acusado de envolvimento no massacre de 25 camponeses em Cayara em 1998 e no chamado "massacre das penitenciárias", onde morreram mais de 200 presos.

O terceiro debate entre candidatos à Presidência do Peru foi marcado na quinta-feira através da pressão dos meios de comunicação peruanos.

García disse hoje que a inclusão de intervalos comerciais são "uma ofensa à população", uma vez que cada candidato contará com apenas três minutos para expor os temas propostos, dois minutos para a réplica e um para a tréplica.

As últimas pesquisas sobre intenções de voto no segundo turno, que deve acontecer em 4 de junho, indicam que García tem 20 pontos de vantagem sobre Humala.




Fonte: EFE

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