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Internacional
Domingo - 21 de Maio de 2006 às 17:00

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Líderes do Congresso e do Governo americanos defenderam hoje a realização de uma reforma migratória nos Estados Unidos, enquanto o projeto discutido no Senado está na reta final.

Os secretários de Justiça, Alberto Gonzales, e de Estado, Condoleezza Rice, assim como líderes democratas e republicanos do Congresso, deram declarações à imprensa reforçando a necessidade de iniciar a maior reforma migratória desde 1986.

O Senado deve retomar na segunda-feira o debate sobre o texto final de sua versão da reforma, e submetê-lo a votação definitiva na sexta-feira.

Das 15 emendas já aprovadas pelo Senado, a mais polêmica foi a do republicano James Inhofe que declara o inglês como "idioma nacional" dos EUA, embora o democrata Ken Salazar também o descreveu como um "idioma comum e unificador".

Alguns líderes da oposição e a maioria das organizações latinas disseram que a emenda de Inhofe é um sinal de racismo contra a minoria mais significativa do país.

Defendem também que a emenda poderia provocar cortes nos serviços sociais para aqueles que não dominam o inglês.

O senador democrata Ron Wyden disse à rede de televisão "CNN" que "o inglês nos une" e que, com a emenda, os republicanos só conseguiram polarizar ainda mais o debate.

No entanto, Gonzales disse em programas das redes "CBS" e "ABC" que a emenda Inhofe só terá um efeito "simbólico" - o inglês é o idioma dominante - e não alterará os direitos estabelecidos sob a lei federal para as minorias étnicas.

Apesar do clima político atual, o Congresso deve aprovar a reforma "porque se trata da segurança nacional do país", disse Gonzales à rede de televisão "CBS".

O presidente George W. Bush pediu ao Senado esta semana, em três ocasiões diferentes, que aprove antes do fim do mês uma reforma que reforce a vigilância na fronteira e ofereça vantagens para os imigrantes ilegais, como um programa de trabalhadores temporários e um possível processo de legalização.

Seu anúncio de que colocará até 6.000 soldados da Guarda Nacional na fronteira com o México a partir de junho e durante os próximos dois anos foi interpretado como uma concessão para os conservadores, que pedem rigidez com os imigrantes clandestinos.

Gonzales repetiu hoje que a Guarda Nacional só apoiará a patrulha da fronteira, e não terá autoridade para prender imigrantes ilegais.

Rice repetiu esta mensagem em um programa da rede "Fox", e acrescentou que a medida faz parte de um plano para defender as fronteiras e as leis do país.

"Não vão encontrar um presidente que tenha alcançado um equilíbrio melhor em sua política migratória que este presidente", disse Rice.

No entanto, a decisão de Bush não satisfez aos republicanos mais conservadores do Congresso, em particular aos da Câmara dos Representantes, que em dezembro aprovaram uma medida de James Sensenbrenner, centrada na segurança da fronteira e sem vantagens para os imigrantes ilegais.

No programa da "CBS", Sensenbrenner manteve sua oposição à uma "anistia" como a de 1986, porque "não foram aplicadas as punições empresariais" e a população clandestina aumentou.

A senadora democrata Dianne Feinstein respondeu no mesmo programa que os EUA devem solucionar a situação dos que já estão no país, por isso propôs um programa de "cartão laranja" à prova de fraude, com muitos requisitos.

O programa seria um passo prévio para que os imigrantes ilegais pudessem solicitar o visto de residência permanente, porque, segundo a senadora, eles não deixarão o país assim que terminar um possível programa de trabalhadores temporários.

O projeto que sair do Senado tem que ser harmonizado com o da Câmara dos Representantes para ser transformado em lei.

"O processo bicameral será difícil (...), porque há visões diferentes sobre como responder a estes temas complexos. São assuntos que se acumularam durante anos, por negligência", disse o senador republicano Chuck Hagel à rede "CNN", mas se mostrou otimista de que o Congresso aprovará a reforma migratória.





Fonte: EFE

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