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Economia
Domingo - 21 de Maio de 2006 às 16:19

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A Petrobras anunciou nesta sexta-feira que introduzirá em duas refinarias até 2008 um novo tipo de produção de diesel com baixo nível de enxofre e que utiliza óleos vegetais.



O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse durante entrevista à imprensa que a chamada tecnologia H-Bio vai combinar frações de diesel com óleo de soja e hidrogênio para a obtenção de diesel de alta qualidade.

"É uma nova tecnologia e já solicitamos patentes. O óleo vegetal substitui as frações de diesel e adiciona valor... É uma revolução para o Brasil e tenho certeza que vai se espalhar daqui para o mundo", acrescentou Costa.

"Estaremos plantando diesel de agora em diante. É um casamento muito positivo entre a agricultura e o petróleo", disse ele, acrescentando que o plano deve gerar "um impulso extraordinário" para o setor de agricultura do país.

O Brasil já é pioneiro mundial no uso de álcool como combustível e alguns especialistas do setor afirmam que o país pode com o tempo se tornar uma "Arábia Saudita" dos combustíveis orgânicos, conforme o mundo procura cada vez mais por alternativas ao petróleo.

Costa afirmou que o plano, que deve aumentar a produção brasileira de diesel e permitir que o país reduza importações do combustível, será paralelo à produção de biodiesel e de diesel tradicional.

A Petrobras já testou o processo em sua refinaria Regap, em Minas Gerais, usando até 18 por cento de óleo de soja junto com matérias-primas minerais e hidrogênio na unidade de hidro-tratamento.

"Economicamente, o teste foi muito positivo, mostrando composição de preço muito interessante. Basicamente, foi mais barato (do que o processo normal)", disse Costa.

PROCESSO USA REFINARIAS ATUAIS

A Petrobras pretende usar 10 por cento de óleo de soja nas duas refinarias onde a tecnologia será instalada no próximo ano e em 2008. O programa deverá ser ampliado para 5 refinarias nos anos seguintes, com uso de 5 por cento de óleo vegetal, mas essa fatia pode aumentar dependendo da disponibilidade de óleos vegetais.

Dez por cento de uso de óleo não mineral nas duas refinarias exige 256 mil metros cúbicos de óleo de soja por ano, o que representa cerca de 10 por cento das exportações de óleo de soja do Brasil. Ao mesmo tempo, isso reduz a importação de diesel em 10 por cento dos 2,5 milhões de metros cúbicos registrados no ano passado, disse Costa.

Ao contrário do biodisel, que precisa de unidades específicas de transesterificação e mais capacidade de armazenagem, o novo processo pode ser realizado em refinarias atuais, exigindo apenas reservas de óleo vegetal e montantes adicionais de hidrogênio, que já é usado no processo.

As refinarias da Petrobras no Paraná e Rio Grande do Sul, que são dois grandes produtores de soja, serão as primeiras a ter a nova tecnologia, além da Regap.

Costa disse que outros óleos vegetais como de algodão, de palma e de girassol podem ser usados no processo, mas o óleo de soja é o preferido porque o país o produz em grandes quantidades. No ano passado, o Brasil produziu 5,6 milhões de metros cúbicos de óleo de soja.

"Os preços terão de ser acertados com os produtores. É uma coisa nova para nós e para eles... Nós já estamos acompanhando os preços do etanol, agora vamos monitorar os preços da soja em Chicago também", disse Costa.





Fonte: 24 Horas News

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