Emir do Kuwait dissolve o Parlamento

O Parlamento kuwaitiano foi dissolvido neste domingo por um decreto do Emir, em meio a uma crise política deflagrada por um projeto de reforma eleitoral. Segundo a agência oficial de notícias Kuna, eleições antecipadas foram fixadas para 29 de junho. Em breve discurso na televisão, o Emir do Kuwait justificou a decisão tomada: "o comportamento de alguns parlamentares representava uma fonte de ameaças para a segurança da nação e sua estabilidade".

A crise atual foi causada por um polêmico projeto de reforma eleitoral sobre a redução do número de circunscrições, que no momento é de de 25.

O texto governamental previa reduzir seu número para 10, mas a oposição estima que esta redução não é suficiente e exige, em nome da luta contra a corrupção, que haja apenas cinco. Também acusa o governo de não querer verdadeiramente proceder a esta reforma.

A oposição afirma igualmente querer pôr fim à compra de votos e a outras formas de corrupção que teriam prejudicado as últimas eleições legislativas em 2003 por causa do reduzido número de eleitores em algumas circunscrições.

Na história do Kuwait, independente desde 1961, é a quarta vez que o Parlamento é dissolvido.

De todas as monarquias ricas em petróleo do Golfo, o Kuwait se orgulha de ter uma constituição que estabelece um Parlamento eleito; é considerado o que possui o sistema político mais aberto. No entanto, todo o poder permanece em mãos da família real.