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Domingo - 21 de Maio de 2006 às 10:12

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De uma hora para outra, a rotina da jovem Ísis Valverde mudou completamente. Principalmente depois que passou a "encarnar" a personagem Ana do Véu em Sinhá Moça, da Globo, sem o manto que escondia seus olhos penetrantes e traços finos. Não por acaso, a novata atriz ainda não se acostumou com os elogios que vem recebendo pela sua interpretação e com o assédio do público. Tímida, a mineira da pequena Aiuruoca confessa que sempre fica um pouco assustada com as abordagens dos telespectadores.

Para ela, o pior da fama repentina é quando não consegue se desvencilhar dos fãs mais ardorosos. "Numa cidade próxima da minha, que não vou dizer o nome, fui a uma festa e alguns engraçadinhos pegavam nos meus cabelos e puxavam conversas desagradáveis. Tive de ir embora logo", resigna-se.

Articulada e com os "pés no chão", Ísis até acredita ser muito natural que as pessoas queiram conversar com ela e peçam, por exemplo, para tirar uma foto a seu lado. A atriz também não se importa de ter de distribuir autógrafos.

Pelo menos em Aiuruoca não enfrenta problema algum com a recente fama que conquistou por estar na novela das seis. Muito pelo contrário. Ísis conta que todos da cidade, por a conhecerem desde pequena, continuam tratando da mesma maneira que antes. "O mais engraçado é que, de segunda a sábado, às seis da tarde, não fica ninguém nas ruas. A cidade pára para ver a novela, o que não acontecia antes da Ana tirar o véu", orgulha-se.

Empolgada, Ísis lembra que o período em que teve de se manter anônima foi um dos mais difíceis. Para não ter sua identidade revelada antes do capítulo 32 da trama, ela se cercou de alguns cuidados. Somente os pais, familiares e amigos mais íntimos sabiam que era ela a verdadeira Ana do Véu.

Apesar dos esforços, porém, não foi possível manter sigilo absoluto. O rosto da misteriosa atriz foi revelado por um papparazzo e estampado na primeira página de um jornal carioca. "Foi uma agonia ficar sem poder falar que era eu. E, infelizmente, fizeram a foto antes do tempo. Mas não perdeu o encanto", pondera.

Depois que sua identidade se tornou pública, Ísis manteve a rotina de estudos e dedicação. Embora novata, ela conta que não tem sentido nenhuma tipo de dificuldades na hora de gravar a novela e de dividir a cena com alguns tarimbados companheiros de elenco.

A atriz ressalta que, no início, por causa do véu, precisou buscar outros elementos para fazer de Ana uma personagem convincente. "a tevê, o olhar diz tudo. Como não olhava para a câmara nem para os colegas, precisei valorizar gestos e entonação vocal" destaca.

Ísis também acrescenta que não assistiu a nenhum capítulo da primeira versão de Sinhá Moça, que foi ao ar há 20 anos, e nem que pediu ajuda a atriz Patrícia Pillar, que viveu a mesma personagem. "Queria fazer do meu jeito, dar meu toque particular. Não podia ter influências", ressalva.

Satisfeita, Ísis não se deslumbra com a primeira participação na tevê. Isso porque, para conseguir o papel da Ana do Véu, a beldade teve de ouvir um "não" que a desorientou.

Foi quando perdeu o lugar para a atriz Paola Oliveira para interpretar a Giovanna em Belíssima. Mesmo assim, não desistiu. Depois de passar por uma bateria de testes e concorrer com mais de 30 candidatas, ela finalmente conseguiu entrar para o elenco do "remake" de Sinhá Moça.

"Foi, na verdade, uma gestação. Estava no Rio há nove meses, quando finalmente recebi a confirmação para fazer a novela", compara.

Sinhá Moça, Globo, 18 horas, de segunda a sábado

Herança ancestral

Ísis Valverde sempre esteve muito próxima ao universo da interpretação. Tanto que ela lembra que o primeiro contato com os palcos aconteceu muito cedo, quando ainda estava na barriga da mãe, a advogada e atriz amadora Rosalba.

Além disso, desde bem pequena, Ísis também sempre se interessou pela magia dos livros e protagonizava as mais variadas histórias que inventava e interpretava sozinha em casa. Filha única, ela conta também que ficava imitando as atrizes da tevê, mas não acreditava que um dia pudesse trilhar os caminhos da profissão. "Não passava pela minha cabeça atuar como atriz. Mas as coisas foram surgindo por acaso", ressalta.

O acaso, aliás, também foi um dos responsáveis por revelar à atriz o mundo da moda. Aos 15 anos, quando passeava num shopping center de Belo Horizonte, onde tinha ido estudar, Ísis foi abordada por um "olheiro".

Depois de fazer suas primeiras fotos, ela assinou contrato com a agência Ford e participou de diversas campanhas nacionais e internacionais. Decidida a investir na carreira de modelo, ela se mudou para o Rio de Janeiro no ano passado.

Na cidade, Ísis também passou a freqüentar aulas de teatro e cursos de interpretação para tevê. Nessa mesma época, percebeu que queria realmente trabalhar profissionalmente como atriz e começou a fazer testes em novelas. "Abriram uma portinha e entrei. Estou podendo perceber que me descobri e quero fazer muitos outros trabalhos como atriz", avisa.

Instantâneas

- Ísis Valverde atuou como modelo fotográfico durante três anos. Primeiro em Belo Horizonte, depois no Rio de Janeiro. - Ísis deixou a pequena Aiuruoca, Minas Gerais, para fazer o ensino médio em Belo Horizonte. A atriz chegou a pensar em seguir a mesma carreira do pai, o bioquímico Rubens, além de também ter cogitado entrar no curso de Farmacologia.

- Para compor a personagem Ana do Véu, Ísis teve aulas de boas maneiras, de como se portar à mesa e aprendeu a dançar valsa, uma dança bem comum no Século XIX, época em que se passa a trama de Sinhá Moça.





Fonte: Terra

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