Alta do mínimo pode gerar demissões

Para o professor da UFMT, Adriano Figueiredo, o aumento do salário mínimo em índices superiores aos da inflação representa um ganho real para o trabalhador, “mas é preciso analisar outras implicações desta recomposição”. Uma delas, como aponta, é o aumento dos custos dos produtos para o consumidor.

“Toda vez que há um aumento, há um repique em outros setores, de acordo com a capacidade de cada empresa e levando-se em conta, principalmente, o aspecto da concorrência de mercado”.

Outro problema, segundo ele, é que o aumento do mínimo pode ter efeito reverso, podendo provocar demissões e enxugamentos.

“Seria interessante o governo federal repensar a atual política tributária”, afirma o economista, lembrando que é fácil recompor o salário mínimo dentro de um quadro de estabilidade econômica.

“O problema é que estes reajustes implicam em elevação de custos para as empresas, pois muitos não conseguem manter a margem de lucro. Isso poderá levar até mesmo ao fechamento de empresas”, sublinha.

Na avaliação do professor Benedito Pereira, do Departamento de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso, a situação a partir de agora tende a se estabilizar para o trabalhador por este “aumento do mínimo traz consigo outras nuances, como a indexação da economia, isto sem falar que muitas empresas e prefeituras não suportam pagar um salário mais elevado, devido à oneração da folha de pagamento, sem falar na perda de receita que existe na economia estadual neste momento”.(MM)