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Polícia Brasil
Domingo - 21 de Maio de 2006 às 03:20

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Cartas anônimas com ameaças de morte e tortura, telefonemas intimidadores, invasão de computador e pessoas estranhas seguindo os servidores. Essa é a rotina da Delegacia Regional do Trabalho do Rio desde que os funcionários acusados de envolvimento em fraudes na fiscalização presos na Operação Paralelo 251, da Polícia Federal, conseguiram habeas corpus para sair da cadeia, dia 11. A chefe da DRT, Lívia Arueira, está andando até com escolta da PF.

As prisões foram conseqüência da descoberta de esquemas de homologações suspeitas, processos de fiscalização de empresas que duravam dois anos quando o normal são 60 dias, ordens de serviço para fiscalização de empresas em aberto por até um ano e sucessivos pedidos de prorrogação, falta de rodízio dos fiscais que faziam as homologações e permanência de fiscais em determinadas áreas indefinidamente. Havia até agências que não funcionavam no horário normal ou que trabalhavam de portas fechadas.

O esquema, segundo Lívia, funcionava desde que ela entrou para o órgão, há 20 anos. Por enquanto, é impossível calcular o prejuízo aos cofres públicos causado pelas operações duvidosas. Os funcionários suspeitos deveriam ter voltado a trabalhar no dia 11, mas o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, achou mais prudente mantê-los afastados até o fim das investigações.

Em entrevista exclusiva a O DIA, a delegada regional do Trabalho Lívia Arueira contou detalhes da ousadia da quadrilha que atuou no órgão durante duas décadas.

"Foi o sintoma de que a máquina da chefia da fiscalização do Trabalho tinha sido violada. Um dia depois um funcionário recebeu telefonema ameaçador de uma das pessoas que tinha sido presa", disse ela sobre computador encontrado com a senha master, que dá acesso a todos os arquivos.

"Depois teve um e-mail ameaçando as pessoas do gabinete. Este voltado para a família, dizendo que ia pegar os filhos, torturar. Depois, recebemos mais quatro cartas, já com ameaça de morte, no meu caso e de uma funcionária".

Segundo a delegada, "a impunidade durou muitos anos. Agora, (a ameaça) é uma tentativa de desestabilizar a Casa".

"Chegavam denúncias e tomamos atitudes, até afastando pessoas que a gente desconfiava que tinham ligação", afirmou, sobre homologações suspeitas.

A respeito das fiscalizações demoradas, ela conta: "começamos a cobrar a devolução dos processos de forma firme. Quando assumi, em junho de 2005, havia 2.400 processos fora da Casa. Teve resistência grande da associação dos fiscais. Alegavam que era desmando da administração".





Fonte: O Dia

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