Sindifrigo apresenta dia 12 respostas a reivindicações de pecuaristas

O Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo) apresentará no dia 12 de junho o resultado da consulta aos sindicalizados sobre as reivindicações dos pecuaristas e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) a respeito de melhorias para o setor, como instalação de balanças nas indústrias e itens sobre classificação e qualidade da carcaça bovina e do couro.

Este foi o principal encaminhamento da reunião da Câmara Setorial da Carne, realizada nesta quinta-feira (18.05) na sede da Secretaria de Desenvolvimento Rural. As reivindicações são: transparência e confiabilidade na instalação de balanças; acordo de qualidade da carcaça; classificação de carcaça em termos racial, acabamento e maturidade; classificação da qualidade do couro; e relato e destaque na Nota Fiscal de recurso recolhido ao Funrural.

A meta no longo prazo, afirma o secretário Cloves Vettorato, é buscar cada vez mais sinergia de ações estratégias para dar competitividade ao setor e eliminar barreiras que prejudicam toda a cadeia produtiva, cujo efeito final é a perda de renda. “Vamos tirar comum acordo de ações para termos um planejamento estratégico de toda a cadeia. Temos que profissionalizar nosso trabalho para ampliar os benefícios”.

Segundo Vettorato, entre os próximos trabalhos de todos os representantes da cadeia estão a eliminação de gargalos de produção, a identificação da matriz de custo da carne e os investimentos necessários.

O presidente do Sindifrigo, Luiz Antônio Freitas Martins, afirmou não haver dificuldade para discutir os pontos defendidos pelos pecuaristas, mas que, no caso das balanças, a decisão é de cada empreendimento. A discussão, afirmou, não é nova. Mas alertou que há perdas no segmento e que a manutenção de um frigorífico é alta.

“Há sete anos, tínhamos 17 frigoríficos. Desses, 80% dos empresários que estavam na atividade não estão mais hoje”, afirmou.

O secretário de Fazenda, Waldir Teis, também presente à reunião, disse que quanto antes fosse tomada a decisão pelos proprietários de frigorífico, seria importante para devolver rentabilidade ao setor, que já sofre com perda diante do preço pago ao pecuarista.

O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, afirmou que o Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial da sua pasta (Fundeic) tem recurso para aplicar em um projeto de consenso de todos os representantes da cadeia para melhoria da pecuária. “A partir da agora, a Sicme e a Seder vão trabalhar com o conceito de cadeia produtiva. Precisamos avançar em estratégia e em detecção de mercado”, disse.

Segundo Furlan, há previsão de recolhimento de R$ 4,6 milhões em impostos do segmento de frigoríficos este ano junto ao Fundeic e parte desses recursos pode ser utilizada na melhoria da qualidade da carne. “Podemos utilizar dinheiro do fundo para fazer qualificação de pessoal, identificação, melhoria de processo ou de tecnologia da cadeia produtiva”, relata.

Planejamento

Em nome do conceito de competitividade, o secretário anunciou que o professor universitário e consultor de planejamento estratégico do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, Hélio Alves Mendes, vai apresentar uma proposta de organização da cadeia produtiva da carne.

O trabalho, diz Vettorato, será para orientar as próximas ações da Câmara Setorial, com plano macro das barreiras a superar e ações, bem como agregação de valor para todos os segmentos da pecuária.

Segundo Mendes, a maioria dos problemas levantados pelos presentes à reunião da Câmara Setorial da Carne é de dimensão nacional. Ele destacou a importância do espaço e lembrou que ações específicas, para cada um dos entraves ao desenvolvimento da cadeia, precisam ser planejadas nos níveis nacional, estadual e municipal. Essas ações precisam ser focadas com a idéia de ameaças e oportunidades.