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Cidades/Geral
Sexta - 19 de Maio de 2006 às 04:20

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O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) entregou hoje, 18, alimentos aos trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST), que estão acampados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá.

Segundo o presidente do sindicato, Júlio César Viana, a atitude mostra que o Sintep não está indiferente a situação dos trabalhadores. “O objetivo é estimular outras entidades a doarem agasalhos e alimentos, principalmente os que faltam na cesta básica”, afirma Viana. Ele explica que o MST tem um papel fundamental, o de criar esperança e dar a mão a pessoas sem perspectivas.

No mês de abril, 280 famílias foram despejadas pela Polícia Militar dos Acampamentos Chico Mendes I e II, na Fazenda Espinheiro/Itambaracá, no município de Acorizal, às margens da rodovia BR 364. Eles estavam na área há três anos, aguardando o ajuizamento da declaração de desapropriação, com base em mandado de segurança impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, por meio de liminar concedida pela Justiça Estadual, que não tem competência jurídica para julgar o processo, as famílias foram retiradas da área.

Apesar de varrerem o local e prezar a organização, as condições de vida dos trabalhadores são precárias. “As famílias não têm condições de ficar aqui, principalmente as crianças, que sofrem com o frio e o ataque de pernilongos”, afirma um dos coordenadores do MST no Estado, Davi Pereira. A estrutura sanitária também é péssima. Na rua, em frente ao Incra, um bueiro entupido faz com que esgoto escorra todos os dias a beira das barracas.

Durante a visita dos diretos do Sintep , os trabalhadores fizeram uma apresentação destacando a solidariedade entre as pessoas. A partir da próxima semana, o sindicato irá reforçar a campanha de arrecadação de agasalhos, roupas e brinquedos, que está sendo feita nas escolas estaduais.

Educação- Mesmo em condições impróprias, crianças e adultos não deixaram de estudar. São alunos de 1ª a 4ª série e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que não estão tendo aulas, mas sofrem com a insegurança sobre a situação curricular. “Não sabemos como ficará a matrícula dos alunos, pois quando estávamos no assentamento tínhamos contrato com a prefeitura de Acorizal”, explica a professora do MST, Gisele Aparecida de Barros, 26 anos. Com a vinda para Cuiabá, a merenda escolar e o material didático também deixaram de ser entregues. “As aulas são dadas graças a doações feitas por outras escolas”, explica Gisele.





Fonte: Pau e Prosa

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