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Polícia Brasil
Quinta - 18 de Maio de 2006 às 10:56

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Foram seis horas de pânico dentro de casa. Depois de ser feita refém com mais 11 pessoas pelo ex-bombeiro Whygson Zanadréa Gonçalves da Silva, 29 anos, que invadiu a cobertura de prédio na Rua dos Inválidos, no Centro, a estudante de Direito Tatiana Marques da Conceição, 26 anos, afirma que ela e sua família só têm um objetivo: voltar à rotina, mas adotando medidas de segurança. "Quem sou eu para não perdoar alguém? Mas ele nos ameaçou e temos que nos precaver. Não sei se vamos continuar morando aqui", disse ela, que nunca havia sido assaltada.

Enquanto manteve a família refém, Whygson obrigou Cátia, mãe de Tatiana, a cozinhar para ele e desabafou sobre problemas com a ex-mulher. Perto de se entregar, o ex-bombeiro jogou pela janela pistola 9mm. A arma caiu no pátio do colégio Mabe e foi achada ontem por um aluno da 6ª série.

Na negociação com a polícia, o criminoso exigiu não ser apresentado à imprensa e pediu helicóptero para se entregar. O que só não aconteceu porque não havia condições de pouso no terraço do prédio - policiais o levaram ao telhado para mostrar as dificuldades. Whygson só se rendeu após a chegada do pai, Carlos Alberto da Silva, atleta paraolímpico, bicampeão mundial de levantamento de peso.

Tatiana contou ontem que a doméstica Maria Oliveira Costa voltava do supermercado, às 17h30, quando o bandido entrou na casa com ela: "Ele nos amarrou com fita adesiva e nos amordaçou. Só minha mãe e as crianças foram poupadas". O apartamento estava cheio de parentes, que visitavam o filho de Tatiana, 3 anos, que passou o fim de semana internado com crise de asma. Ele e dois sobrinhos da estudante - menino de 3, que também tinha sido hospitalizado pelo mesmo motivo, e menina de 7, que tem problemas cardíacos - foram trancados num quarto, onde puderam ver TV.

Contratado para matar Segundo Tatiana, o bandido disse ter sido contratado por R$ 20 mil para matar seu pai, o comerciante Humberto Luiz da Conceição, que foi algemado pelo ex-bombeiro. "Ele só falava de cofre, que não temos, e queria valor maior para não matar meu pai". A polícia não acredita na versão de Whygson.

A fechadura do edifício foi trocada e câmeras de segurança serão instaladas na portaria. Whygson tinha chaves do prédio. "Estava no orelhão e o vi entrar com outro homem. Depois, entrou a empregada. Larguei o telefone e corri, mas não consegui alcançá-lo. Abordei o comparsa e ele foi embora", lembra o porteiro Edir Paulo José, baleado na perna.





Fonte: O Dia

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