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Cidades/Geral
Quinta - 18 de Maio de 2006 às 07:13

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Mudança cultural. Apesar do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) completar 16 anos de existência, de um modo geral, ainda não há respeito aos direitos de crianças e adolescentes.

No senso comum, uma menina de 15 anos que faz programa é prostituta e pronto. "Ninguém nasceu marcado para desempenhar um papel degradante, o que faltam são oportunidades", afirma o superintendente da Setecs, Aguinaldo Garrido.

Normalmente, a menina inicia a vida sexual cedo, às vezes com o próprio pai ou padrasto, que a leva para o mercado do sexo.

Através do dinheiro fácil, é obtido o sustento da família, que inclui os irmãos mais novos.

Também há registros de meninas a partir de 9 anos que fogem de casa devido a violência.

Nas ruas, o caminho mais comum de se conseguir alimento é a prostituição. Elas se vendem por um CD, uma roupa, até mesmo por um prato de comida.

A pobreza não é o principal causador do problema, mas quando é acompanhada pela desestrutura familiar pode desencadeá-lo.

O psicólogo do Programa Sentinela de Cuiabá, Wellington Arruda, afirma que o estrago provocado pelo abuso e a exploração sexual são igualmente profundos, mas o abuso tem uma característica particular, acontece silenciosamente e por isso demora mais para aparecer.

Alguns vêm a tona apenas na vida adulta. "Medo, insegurança, baixa auto-estima, depressão, dependência química e/ou alcóolica são resultados da experiência".

Ele orienta que existem diversos sinais do abuso, entre eles, estão: ansiedade da criança quando está perto do agressor, repúdio quando vê uma cena erótica na TV, erotização (tocar na área genital de outras crianças na escola, por exemplo), isolamento, agressividade e tristeza.

"Já atendi vários casos que o próprio pai ameaçava de não comprar comida para manter relação com a criança", recorda.





Fonte: A Gazeta

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