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Economia
Quinta - 18 de Maio de 2006 às 02:59

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Enquanto na Europa continental o consumo de produtos avícolas vai, embora lentamente, sendo retomado, no Reino Unido – onde a presença da cepa H7N3 do vírus da Influenza Aviária foi detectada em plantéis comerciais da Inglaterra no final de abril – voltou a sofrer forte queda, ainda que a cepa isolada seja de baixa patogenicidade e não apresente qualquer dos riscos presentes na H5N1.(fonte: Avisite) Isso, é claro, afeta profundamente a indústria avícola local que enfrenta um outro agravante: importações de carnes avícolas a preços extremamente baixos. Em decorrência – e como já ocorreu ou ocorre no Brasil – abatedouros avícolas anunciam a próxima paralisação (ou, no mínimo, redução) de suas atividades, enquanto os avicultores – amparados em decisão da Comissão Européia que garante o ressarcimento de 50% das despesas dos governos da União Européia com a cobertura de perdas da avicultura decorrentes da queda no consumo – solicitam das autoridades do Reino Unido uma indenização mais substancial pelos prejuízos que vêm enfrentando. De sua parte, a NFU (sigla, em inglês, da União Nacional dos Agricultores, espécie de CNA – Confederação Nacional da Agricultura dos britânicos) reclama que, para minimizar as perdas enfrentadas pelo setor, é preciso aumentar o preço das carnes avícolas em pelo menos oito por cento. A NFU ainda alerta que a indústria avícola britânica – “que movimenta, em nível de varejo, três bilhões de libras esterlinas e é a mais forte da Europa” – não sobreviverá à presente situação de mercado. Segundo a NFU, os acontecimentos recentes apenas aceleraram uma crise que data de algum tempo. Nos últimos anos, o setor tem enfrentado contínuo decréscimo nos preços recebidos enquanto, do outro lado, os custos de produção (sobretudo da energia elétrica e da mão de obra) apresentam uma expansão também contínua. “A indústria britânica do frango tem toda uma história de sucesso”, afirma Peter Kendall, presidente da NFU. “Cresceu ano após ano conforme evoluía a demanda e disponibiliza excelentes produtos para os consumidores. Entretanto, o aumento dos custos e o decréscimo nos preços recebidos têm deixado os produtores com uma pequena margem de lucro. Em decorrência, o setor não tem como investir e modernizar-se. Lamento dizer isso, mas tudo indica que muitos produtores abandonarão a atividade o que, no longo prazo, vai afetar o suprimento interno”. A propósito, a NFU nota que essa situação só tende a se agravar, visto que, no momento, os avicultores britânicos têm mais um fator de custo à vista - a nova legislação de prevenção e controle da poluição ambiental (IPPC), que regulamenta a emissão de poluentes no ar, no solo e nas águas e trata, ainda, do consumo eficiente de energia, do uso dos recursos naturais, da emissão de ruídos e da recuperação ambiental. Segundo a direção da NFU, a indústria avícola do Reino Unido participou da elaboração da IPPC e, assim, não contesta suas exigências. “Mas sua aplicação neste momento – extremamente delicado para o setor – pode significar o fim de muitos produtores. Daí propormos que a entrada em vigor do novo regulamento seja postergada pelo menos até que a presente situação de mercado seja normalizada”. Procurando demonstrar o efeito da crise sobre o setor, a NFU afirma que uma granja de médio porte, com cerca de 200 mil aves e produção de 400 toneladas de carne de frango, vem enfrentando perdas que, anualizadas, somam cerca de 25 mil libras esterlinas (pouco mais de R$100 mil). Segundo, também, a NFU, o frango responde por praticamente um terço da produção de carnes do Reino Unido, sendo que 6% e 3% da criação total correspondem, respectivamente, a criações ao ar livre (free range) e orgânicas




Fonte: Avisite

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