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Quarta - 17 de Maio de 2006 às 15:00
Por: Raquel Barroso

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Mato Grosso continua crescendo nas exportações. De janeiro a abril deste ano, foi registrado o aumento de 27,92% em relação ao mesmo período do ano anterior. O valor acumulado já está em US$ 1,4 bilhões, sendo cerca de US$ 300 milhões a mais do que o valor acumulado no mesmo período do ano passado.

Apesar dos números positivos, o mês de abril deste ano comercializou 6,5% a menos do que o mesmo mês de 2005. Em abril de 2006 foram vendidos cerca de US$ 381 milhões contra US$ 408 milhões do ano anterior.

Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, a defasagem cambial apresenta um crescimento artificial nas exportações mato-grossenses. “A soja em grãos, por exemplo, registrou um aumento de 52% nas exportações de janeiro a abril deste ano. Se o câmbio tivesse permanecido em R$ 2,57, como era neste período em 2005, o valor das exportações de soja em grãos seria de R$ 2,2 milhões. Mas, com o dólar em R$ 2,12, registrado em abril, o faturamento foi de R$ 1,8 milhões, sendo R$ 387 milhões a menos”, afirma Alexandre Furlan.

O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Nereu Pasini, analisa que a defasagem no câmbio gerou R$ 636 milhões de perdas cambiais no primeiro quadrimestre deste ano. “Considerando o total das exportações estaduais houve um aumento de 28% nas vendas em dólar transformadas em apenas 5,5% de crescimento em reais”, diz.

Mato Grosso permanece em 10º lugar no ranking nacional, mas com maior participação nas exportações totais do Brasil, onde atingiu 3,6%, sendo que na região Centro-Oeste representa 62% das exportações.

O complexo soja (grãos, farelo, óleo e lecitina) continua liderando a pauta das exportações mato-grossenses. No primeiro quadrimestre deste ano ele foi responsável por 79,63% do total comercializado, registrado em US$ 1,125 bilhões, contra US$ 874 milhões comercializados no mesmo período de 2005.

Outro produto que teve destaque neste período foi o complexo carne (bovina, suína e aves), que apresentou o crescimento de 131%. A carne bovina apresentou um aumento de 3% na cotação internacional do produto em dólar, transformada em queda de 15% em reais pelo câmbio defasado, de acordo com a análise do Centro Internacional de Negócios, da Fiemt.

De acordo com o secretário Alexandre Furlan, a carne bovina mato-grossense tem um mercado extremamente promissor. “Se permanecermos com condições fito-sanitárias adequadas, teremos a possibilidade de crescer nossas exportações desse produto e ganhar novos mercados como a Rússia, por exemplo, após o fim do embargo”, afirma.

A exportação de carne de frango apresentou crescimento de aproximadamente 16% ocasionado pelo aumento dos preços internacionais de 22% em dólar.

Por outro lado a carne suína registrou queda de 52% ocasionado pela defasagem cambial e a deficiência do parque industrial mato-grossense. “O aumento nas exportações de carne suína é uma questão de tempo. Em dois ou três anos temos certeza que esse produto apresentará bons resultados em nossa pauta de exportação, devido aos investimentos industriais que estão sendo realizados no Estado por grandes empresas deste setor”, analisa Furlan.

O algodão também apresentou aumento de faturamento de 35% em dólar, por conta da forte elevação de preços externos de 18% em dólar. Este crescimento do faturamento no quadrimestre representou um montante de US$ 68 milhões em 2006, enquanto que no mesmo período do ano passado foram registrados US$ 50 milhões.

Segundo a análise do CIN, a recuperação de preços, se mantida, deverá contribuir para minimizar as perdas cambiais do segmento de R$ 31 milhões no período.

A madeira apresentou forte queda de aproximadamente 25% no valor das vendas em dólar e queda de 38% no valor em reais, apesar do aumento de 18% do preço em dólar, que representa queda de 3% em reais.

“O índice negativo das exportações de madeira ainda é reflexo da crise do setor no Estado, que está parcialmente impedido de produzir para gerar resultados melhores para a economia estadual, como no passado. Para a recuperação dos índices, o setor madeireiro terá que adotar novas posturas, como é o caso do aproveitamento inteligente da madeira, que transforma resíduos em novos produtos com valor agregado e evita o desperdício”, ressalta o secretário Alexandre Furlan.

Os dados de exportações foram divulgados nesta terça-feira (16.05), pelo Centro Internacional de Negócios da Fiemt em parceria com a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme).





Fonte: Da Assessoria

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