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Economia
Quarta - 17 de Maio de 2006 às 07:52

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Óleo de soja começa a ficar escasso nas principais redes varejistas e atacadistas de Cuiabá e Várzea Grande. Lojas como Modelo e Atacadão ficaram com as prateleiras vazias no último final de semana e supermercadistas alertam: “Não falta compra, falta apenas entrega”. A escassez momentânea, como frisam, é resultado dos protestos do movimento Grito do Ipiranga, que desde o último dia 17 vem bloqueando o tráfego e barrando a passagem de soja e seus derivados nas principais rodovias estaduais.

Quem conseguiu repor parte do estoque garante que os preços estão cerca de 10% mais elevados e que a venda está racionada.

No Atacadão faltou óleo de soja na área de venda no último sábado, a partir do meio-dia. Na segunda-feira, a chegada de uma carreta com produto carregado em Campo Mourão, no Paraná, repôs parte do estoque, mas o diretor regional, Darcy Torres, exclama: “O que temos é suficiente para cinco dias, e [isso] restringindo a venda a nossos clientes, comercializando cerca de 500 caixas/dia”. Os comerciantes estão com o limite de compra estipulado em 20 caixas, já o consumidor residencial tem a compra liberada.

Torres explica que o óleo vindo do Paraná está 8,6% mais caro, comparando com o produto adquirido pelo Atacadão no Estado. Os preços médios saíram de cerca de R$ 1,69 para os atuais R$ 1,85. “Compramos o óleo aqui em Mato Grosso mesmo. Os protestos, além dos bloqueios nas BRs, impedem a entrada e a saída de grãos e seus derivados das esmagadoras. Mesmo trabalhando com uma provisão de compra segura e transferindo óleo da unidade do Atacadão de Rondonópolis para cá, ficamos sem o produto. Como sempre digo, falta entrega e não compra”.

O diretor da rede mato-grossense de supermercados Modelo, Altair Magalhães, diz que 90% das lojas estão sem óleo de soja. “É momentâneo. Amanhã ou depois podemos receber, mas a maioria das lojas está sem o óleo desde sábado”. Ele explica que remanejou a compra do produto para Goiás e São Paulo, mas a carga está presa nas barreiras. “Os bloqueios são rigorosos para a soja em grão e seus derivados”, aponta.

Magalhães confirma que a alta do óleo que chega às prateleiras neste período de manifestações é inevitável. “Ao ligarmos para passar o pedido do produto, as indústrias já avisam que ele está entre 10% e 15% mais caro. Se é um reajuste verdadeiro, ninguém sabe, mas está adotado”.

A assessoria da rede de supermercados Comper conta que houve desabastecimento de óleo de soja em algumas lojas, mas que o problema está normalizado e que não há venda racionada ao cliente.

O gerente da rede Big Lar, Sandro Hudson, conta que nas lojas não há problemas. “Existe estoque. Está tudo normal”.

O diretor regional do Atacadão aponta para novos transtornos em função da extensão do Grito do Ipiranga. “Além dos problemas que enfrentamos com a falta de hortifrutigranjeiros, algo possível de ser resolvido em algumas horas, acredito que o próximo item de alimentação a faltar será o arroz. Nas barreiras dos produtores, o grão tem passagem impedida, assim como a soja, e as indústrias beneficiadoras deram o alerta de que estão com estoques no fim”. (MP)





Fonte: Diário de Cuiabá

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