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Polícia Brasil
Quarta - 17 de Maio de 2006 às 07:14
Por: Patrícia Neves

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O ex-cabo da Polícia Militar, Hércules Araújo Agostinho, negou ter executado os adolescentes Leandro Gomes dos Santos, 20, Celso Borges, 19, e Mauro Ventura de Moraes, 22, contrariando a confissão que fez quanto a autoria dos crimes, no ano passado. Ele afirmou ter recebido "ajuda de custo" e acusou o secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Célio Wilson de Oliveira, de ter pago uma espécie de "propina" a ele, por ter colaborado nas investigações sobre João Arcanjo Ribeiro, denunciado como mandante desses e de outros cinco assassinatos, ocorridos entre 2000 e 2002. Essa é a segunda vez que ele volta atrás em confissões já feitas.

A negativa foi feita na manhã de ontem à juíza Maria Erotides Kneip, em Várzea Grande. Com a nova versão, o ex-segurança João Leite e o "Comendador" João Arcanjo Ribeiro, denunciados respectivamente como intermediador e mandante do triplo assassinatos, ficam isentos. Hércules garantiu que uma conta corrente foi aberta para que os depósitos, um de R$ 600 e outros três de R$ 500 - fossem feitos. O dinheiro seria depositado a mando do secretário.

Os rapazes, conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), foram mortos por roubar R$ 500 de uma banca de jogo do bicho, na avenida dos Trabalhadores, Carumbé, em 2000. Das seis testemunhas arroladas pela defesa de Arcanjo, duas alegaram que ali não existiam bancas de bicho, confirmando a tese do advogado.

Para o promotor de Várzea Grande, Mauro Curvo, as declarações do ex-policial não mudam o curso dos processo. Hércules e João Leite serão julgados no dia 22 de maio. "Fica claro que existe algo errado, que tudo é uma mentira".

Hércules disse em juízo que só confirmou ser o autor das mortes porque foi pressionado pelos integrantes do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e seria "recompensado" com a delação premiada. O benefício permite a redução ou até mesmo a extinção de pena, no caso de réus primários, do acusado que coopera com a justiça delatando parceiros no crime.

Hércules e João Leite, detidos no Pascoal Ramos, foram levados ao fórum na condição de testemunhas de defesa de Arcanjo. Entretanto, no momento em que Hércules começou a ser inquirido, declarou ser inocente e se dispôs a prestar um novo depoimento. Por 40 minutos ele apresentou a nova versão, frisou ter sido pressionado a incriminar Arcanjo. Caso contrário, ele seria encaminhado para o presídio de Presidente Bernardes (SP), inserido no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).





Fonte: A Gazeta

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