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Cidades/Geral
Quarta - 17 de Maio de 2006 às 06:11
Por: Alexandre Franco

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A exposição fotográfica “Nas Trilhas da Memória - os Japoneses na História de Mato Grosso”, alcançou o objetivo de reproduzir ao público mato-grossense um pouco da história e da memória que permeou a chegada e fixação dos imigrantes nipônicos ao Norte do Estado, na década de 1950, na antiga gleba Rio-Ferro, atual município de Feliz Natal.

Superando a expectativa inicial, mais de três mil pessoas prestigiaram a mostra realizada de 04 a 09 de maio, no Parque Estadual Massairo Okamura, evento que integrou as comemorações do 258º aniversário de Mato Grosso.

Quem compareceu ao parque teve a oportunidade de apreciar as 50 lindas imagens (todas em preto e branco), os mapas e plantas topográficas da época que reproduzem a história da colonização japonesa e ainda pôde conhecer os trajes típicos orientais, os brinquedos japoneses, tipos de artesanato e utensílios.

Segundo considerou a coordenadora da exposição, a historiadora Aldina Cássia Fernandes da Silva, foi uma mostra rica em elementos culturais que cumpriu a proposta de homenagear e ao mesmo tempo rememorar a história dos primeiros colonos japoneses que chegaram a Mato Grosso.

Mostra reproduziu história dos colonos japoneses

Na avaliação da coordenadora geral de Popularização da Ciência da SECITEC, Inês Costa Marques, a exposição atingiu a proposta de homenagear a colônia japonesa em MT. “Estes colonos merecem todo respeito, homenagem e admiração por que até hoje estão ajudando a construir a história de Mato Grosso”.

A coordenadora diz que o evento trouxe forte colaboração para a comunidade escolar que através das imagens e objetos apresentados conheceram essa parte da história dos imigrantes que aqui chegaram e, que geralmente, não é divulgada pelos centros de ensino.

A maioria das visitações escolares foi feita por agendamento. Além da exposição fotográfica, objetos e indumentárias típicas também foram realizadas palestras educativas no segmento da saúde com participação efetiva dos médicos da Polícia Militar, oficinas de origami, oficina de caligrafia (shuji) e apresentações artísticas culturais.

A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec) foi quem articulou as ações de trabalho em conjunto com as apoiadoras Fapemat, Unemat, Ceprotec e Consulado Geral do Japão.

A Secretaria distribuiu no local a cartilha de Política Estadual de Educação Profissional e Tecnológica. A confecção desta cartilha foi possível graças às reuniões públicas com a participação de conselheiros, educadores, cidadãos e autoridades que apresentaram sugestões e delinearam as definições para o conteúdo final publicado, que ressalta as ações, as demandas, as diretrizes e as metas que devem ser perseguidas.

Vale salientar que esta política de Educação Profissional deve ser incorporada como conquista e patrimônio de toda a sociedade de Mato Grosso não se limitando a um projeto de governo, mas um projeto amplo e duradouro para o desenvolvimento do ensino profissionalizante e tecnológico em todo o Estado.

Relembrando a saga dos desbravadores

Quem esteve no local prestigiando a exposição foi Jaime Okamura, irmão de Massairo Okamura (vereador de Cuiabá cujo nome foi lhe dado ao parque estadual) e filho de Tadashi Okamura.

Jaime em breve relato conta que foi seu pai Tadashi que assumiu o posto de gerente geral na gleba por 15 anos (1954 a 1969). Este desbravador deixou a família morando em Cuiabá e partiu para o desafio de criar as condições de trabalho e moradia para a fixação dos cerca de dois mil colonos habitantes na região.

Tadashi Okamura era topógrafo e sua colaboração foi fundamental para que as divisões de terras na Gleba Rio-Ferro - pertencente à família Matsubara - fossem feitas com êxito. O que os colonos não haviam mensurado até então era que o plantio da seringueira demandava pelo menos 15 anos para o início da produção. Muito tempo para uma população que precisava manter a subsistência em terras ainda inóspitas. Foi por causa deste ciclo muito longo para o início da produção que várias famílias decidiram retornar para Cuiabá e, ao chegarem, recebiam a assistência necessária por parte da Associação Nipônica de Cuiabá, ativa desde 1957.




Fonte: Secom-MT

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