Crise da agricultura pode se transformar em caos social
Iniciado na região Norte do Estado o movimento “Grito do Ipiranga”, objetiva alertar a sociedade brasileira, os governantes e todos os segmentos envolvidos na cadeia do agronegócio, a respeito da mais grave crise que atinge o setor. A queda de renda da agropecuária está desencadeando gravíssimos problemas sociais no campo e nas cidades. Desde novembro de 2004, representantes do meio alertam o Governo Federal para as graves conseqüências dessa crise que em função da sua dimensão, não se limita às propriedades rurais.
Em Brasília o movimento obteve do ministro Roberto Rodrigues (da Agricultura) o anúncio da liberação de mais de R$ 1 bilhão para comercialização de soja e sustentar os preços do grão, em todo o país na safra 2005/2006. Não é o bastante na opinião da maioria. O presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) Rui Carlos Ottoni Prado, por exemplo, foi taxativo: "Com certeza as mobilizações (de bloqueios de rodovias) vão continuar até o dia 25 de maio", garante.
As iniciativas do governo, segundo Ottoni, serão insuficientes para cobrir até o custo de produção. "Hoje o preço médio da saca da soja para o produtor é de R$ 15,00 na média e com o prêmio (de até R$ 6,00) pode chegar a R$ 21, 00, mas o custo de produção por saca é de R$ 25,00", disse.
O alento não é suficiente, segundo o vereador Eliseu, em que pesem as atribuições das esferas governamentais e da iniciativa privada. Conforme o agricultor, o caminho está na responsabilidade por parte da União em permitir e aceitar as diversas reivindicações propostas. “A quebradeira e falta de perspectiva vão continuar. O agricultor está disposto a tudo”, alerta Eliseu, numa nítida demonstração de que o problema pode ser mais sério do que se imagina.
Eliseu considera que dos treze itens da pauta de reivindicação, na resolução da crise, devem ser prioridade como meios eficazes a concessão de melhor preço na compra do produto, pois o praticado não alcança o custo; compra do milho (safrinha); securitizar a renegociação da divida em dez anos com dois de carência e manutenção do estoque regulador no campo.
Eliseu afirmou que a problemática que o setor enfrenta precisa de apoio de lideranças políticas, pois sem elas dificilmente a questão terá resultados satisfatórios. “O problema da agricultura é político. Sendo assim precisamos de políticos do porte de Riva, que aderiu ao movimento, para podermos encontrar respaldo no Congresso”, finaliza.
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