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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Domingo - 14 de Maio de 2006 às 19:30

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Senadores republicanos e democratas confirmaram hoje que o candidato ao cargo de diretor da CIA (centralde inteligência americana) e idealizador do polêmico programa de escutas conduzido pelo Governo dos Estados Unidos após o 11 de setembro, Michael Hayden, será submetido a um duro interrogatório.

Em declarações a programas de TV de domingo, todos concordaram que Hayden terá que dar explicações e esclarecer as dúvidas dos que pensam que o Governo extrapolou suas funções com o programa de espionagem promovido por ele.

"Há muitas perguntas que o general Hayden tem que responder", disse o senador republicano Arlen Specter, referindo-se às audiências para a confirmação de sua nomeação, as quais começarão na próxima quinta-feira.

Embora tenha dito que o candidato do presidente George W. Bush para dirigir a CIA seja "um profissional de primeira", Specter lembrou que não se pode esquecer que Hayden dirigiu um programa "sobre o qual precisamos de mais informações".

Chuck Hagel, senador republicano por Nebraska, afirmou que "não há dúvidas de que sua confirmação no cargo vai depender das suas respostas" sobre suas atividades na direção da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).

Hayden foi o idealizador do programa de espionagem que causou grande polêmica no país depois da publicação de uma matéria na semana passada no jornal "USA Today" que afirmava que o Governo interceptou ligações e e-mails de milhões de cidadãos americanos comuns sem autorização judicial.

Outra publicação, o "The New York Times", jogou hoje mais lenha na fogueira, ao assegurar que o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, foi quem mais pressionou para que as escutas após os atentados de 11 de setembro fossem ampliadas.

Vários membros da administração, inclusive o presidente, reiteraram publicamente que todas as atividades da inteligência são legais e têm como prioridade indiscutível a proteção dos cidadãos diante de eventuais ameaças terroristas.

Ontem, Bush afirmou que o Governo não tem nenhum interesse em invadir a vida privada dos americanos, mas que considera necessário interceptar as possíveis comunicações de qualquer suspeito de ter algum vínculo com a rede terrorista Al Qaeda.

Apesar do seu empenho, o presidente não respondeu às dúvidas de muitos legisladores que, como Hagel, defendem que os cidadãos tenham garantias de que o Governo cumpre as leis ao proteger os interesses do país e também os direitos constitucionais de cada americano.

A democrata e integrante do Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes, Jane Harman, afirmou que essas garantias não existem no atual Governo.

"Acho que a administração violou a lei", disse, alegando que o fato de querer investigar os terroristas é mais que compreensível, embora não dê o direito de que se perda o controle da situação.

Como representante do Governo, Hayden terá que explicar "como justifica a espionagem ilegal de milhões e milhões de americanos", afirmou o senador democrata Patrick Leahy.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Stephen Hadley, disse não entender as dúvidas dos congressistas porque, segundo ele, já deu explicações em particular.

Hadley disse hoje que não pode confirmar nem desmentir as denúncias de que o Governo criou uma gigantesca base de dados com o registro de milhões de ligações telefônicas particulares.

No entanto, afirmou que a matéria do "USA Today" não diz em nenhum momento que essas ligações foram ouvidas, mas que há dados como datas das chamadas, para quem foram feitas e sua duração.

Seu antecessor no cargo durante o Governo de Jimmy Carter, Zbigniew Brzezinski, não acha que esteja tão clara a legalidade da atuação da administração neste caso.

"Há imprecisões tremendas" que, segundo ele, não podem ser justificadas com a máxima de que "estamos em guerra".





Fonte: Terra

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