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Internacional
Domingo - 14 de Maio de 2006 às 11:30

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Bombas mataram 30 pessoas em Bagdá neste domingo, em um dos dias mais sangrentos das últimas semanas. Ataques de facções destruíram seis pequenos templos xiitas, no momento em que líderes rivais no Iraque lutam para formar um governo de união nacional.

A uma semana para o final do prazo constitucional para o primeiro-ministro designado, Nuri al-Maliki, apresentar uma coalizão ampla que Washington espera que evite uma guerra civil, seis explosões atingiram Bagdá, incluindo dois carros-bomba que mataram 14 iraquianos perto da entrada do complexo do aeroporto da capital.

A região do ataque, que tem a área de uma pequena cidade, contém o aeroporto civil internacional e palácios que eram usados por Saddam Hussein e que agora abrigam bases militares, entre elas o quartel-general dos EUA, chamado Camp Victory.

Surgiram mais sinais de disputas por cargos importantes, o que está adiando a formação do governo. Maliki, islâmico xiita, vem manifestando confiança de que formará um gabinete com xiitas, árabes sunitas e curdos dentro do prazo de 30 dias.

Testemunhas perto do aeroporto de Bagdá viram pelo menos três caminhões e um carro queimados no estacionamento.

"Não foi um ataque contra o complexo", disse o Exército dos EUA. "Os alvos eram iraquianos reunidos em um estacionamento."

Na segunda maior cidade do Iraque, dois soldados britânicos foram mortos por uma bomba. Na semana passada, um helicóptero militar britânico foi derrubado, possivelmente por um foguete, matando cinco soldados e provocando conflitos entres forças britânicas e milícias.

No sábado, explosões destruíram templos em uma área rural ao norte de Bagdá, mas ninguém ficou ferido. Foi o mais recente de uma série de ataques entre seitas, no conflito que aprofundou-se desde fevereiro, quando uma explosão destruiu um importante templo xiita.

Autoridades dos EUA e iraquianas dizem que o líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, está intensificando uma campanha para atingir a maioria xiita dentro e ao redor de Bagdá, numa tentativa de provocar retaliação contra a minoria sunita, que já dominou o país, sob o comando de Saddam Hussein, e provocar assim uma guerra aberta entre as facções.

Em Wajihiya, aldeia com população de diversos grupos religiosos a 30 quilômetros a leste de Baquba, a capital regional, ataques destruíram um prédio ao lado de um templo xiita. No total, cinco templos foram destruídos no local. Um sexto templo também foi atacado, disseram moradores.

Em Bagdá, seis pessoas, incluindo três policiais, morreram na explosão de uma bomba direcionada contra uma patrulha.

Quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridos na explosão de um bomba em um comboio da polícia iraquiana na zona noroeste de Bagdá.

Na Praça Tayara, no centro da capital, um ataque contra um posto de controle de forças do Ministério do Interior deixou dois mortos e cinco feridos. As identidades das vítimas não foram determinadas.

INTERIOR E DEFESA

As disputas pelos ministérios do Interior, da Defesa e do Petróleo estão complicando os esforços de Maliki de formar um gabinete.

Bahaa al-Araji, legislador de um grupo xiita rival dentro do bloco Aliança, de Maliki, disse que o próprio premiê designado vai assumir os ministérios do Interior e da Defesa se não houver acordo até o final do prazo.

Líderes sunitas acusaram o ministério do Interior, dominado por xiitas, de manter esquadrões da morte. Maliki disse que vai apontar um nome independente, sem ligação com milícias armadas.

Um pequeno, mas influente, partido xiita da Aliança está complicando a tarefa de Maliki, rejeitando suas ofertas. O partido Fadhila luta para manter o controle do Ministério do Petróleo.

Negociadores disseram neste domingo que Hussain al-Shahristani, islamista e físico nuclear que já foi preso e torturado por Saddam, pode assumir o cargo.





Fonte: Terra

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