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Saúde
Domingo - 14 de Maio de 2006 às 09:49

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Pelo menos 30% das crianças com câncer no Brasil morrem por falta de informação ou encaminhamento médico especializado, o que na prática pode chegar, por ano, a 5 mil óbitos. Em Mato Grosso não é diferente. Apesar dos tratamentos cada vez mais avançados, as cerca de 300 famílias que buscam ajuda anualmente em geral esbarram na falta de estrutura da saúde básica.

A pediatra Suely Araújo, responsável pela Ala Pediátrica do Hospital do Câncer, avalia que faltam profissionais da área, isso inclui médicos, enfermeiros, atendentes e até motoristas, sensibilizados com a questão. "Eles precisam saber que uma semana faz muita diferença para uma criança com suspeita de câncer, é preciso que ela chegue o mais rápido possível até a gente. Se o telefone não atende ou está ocupado, tem que insistir".

Ela explica que as chances de cura em crianças chegam a 70%, caso a doença seja diagnosticada precocemente e o tratamento realizado adequadamente. Como cada tumor tem uma velocidade própria de crescimento, os pais devem ficar atentos a alguns sintomas pontuais, como nódulos com mais de 45 dias, palidez súbita, manchas rochas pelo corpo e crescimento abdominal.

"A existência apenas do nódulo pode não significar nada, mas se a mãe identificar outros sintomas deve buscar ajuda imediata de um especialista".

Suely deixa bem claro que não deve existir pânico entre os pais, até porque alguns tumores atingem dimensões grandes em até 4 semanas, outros 6 meses, o que é perceptível para quem cuida da criança.

A pediatra afirma que a chance de cura entre as crianças é maior que nos adultos, devido as características particulares do câncer na infância, que apesar de mais agressivos, responde melhor ao tratamento. A faixa etária mais afetada está entre um e 10 anos de idade. Mas também há muitos casos da doenças entre adolescentes de 14 e 17 anos.

A coordenadora de Prevenção e Controle ao Câncer da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Ellen Curvo, diz que tem feito uma análise sobre a questão, não só na área infantil. "Estamos treinando médicos do Programa Saúde da Família (PSF) para descobrir o mais rápido possível a doença, não só o pediatra, também o clínico, eles precisam saber que há possibilidade de haver um tumor".

Na opinião dela, o exame precoce depende muito do tipo de exame clínico do profissional que atende na ponta. Se existem sintomas e o médico conhece, é mais fácil de encaminhar para procedimentos especializados. "Parece que câncer não combina com criança, muitas vezes a própria mãe trata de uma aparente anemia do filho, sem buscar ajuda".




Fonte: Diário de Cuiabá

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