OAB cobra empenho em investigações
Contou que atendia o empresário, Darci Vedoim nos encontros dele com deputados e que presenciou várias conversas onde o assunto era sempre dinheiro.
“Na parte da manhã ele só recebia deputados e assessores de deputados. Eu via algumas vezes o filho do Vedoin, que eu não lembro o nome agora, passando envelopes. Os caras chegavam de mãos vazias e saiam com envelope recheado lá do hotel. Isso acontecia quase todos os dias”, afirma Marcelo Antônio de França, ex-gerente de hotel.
A quadrilha é acusada de pagar propina em troca de emendas de parlamentares para a compra de ambulâncias com preços superfaturados.
Já faz uma semana que a Polícia Federal prendeu empresários, ex-deputados e assessores de parlamentares. E mandou ao Congresso um relatório sobre a quadrilha das ambulâncias, relacionando 62 deputados e um senador. Mas só hoje técnicos da Comissão de Sindicância da Câmara começaram as investigações.
Assessores da Comissão de Sindicância da Câmara foram à Cuiabá ouvir oito assessores parlamentares que estão presos. A Ordem dos Advogados do Brasil cobrou do Congresso empenho nas investigações
“O Congresso brasileiro deveria colocar a público, trazer a público o nome daqueles que realmente estão comprometidos com esse episódio. Se ficássemos sabendo quais são os responsáveis quando chegarmos nas eleições a possibilidade de separarmos o joio do trigo seria mais fácil”, aponta Ariostóteles Atheniense, vice-presidente da OAB.
A organização-não governamental Transparência Brasil, acha que, além do Congresso, o governo federal tem que tomar providências. E aumentar a fiscalização de como está sendo usado o dinheiro público.
“O Ministério não pode lavar as mãos , dizendo que tem que punir os criminosos . Porque isso é óbvio, é óbvio que os criminosos têm que ser punidos. Mas isso não resolve o problema amanhã. E amanhã o que o senhor Ministério da Saúde vai fazer amanhã com as emendas de amanhã”, diz Cláudio Weber Abramo, diretor executivo da Transparência Brasil.
O Ministério da Saúde declarou que a fiscalização do dinheiro destinado a estados e municípios é feita por auditorias periódicas e contínuas. E que suspendeu o pagamento de emendas de convênios assinados em 2005 - até que sejam decididos novos critérios de avaliação.
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