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Saúde
Sábado - 13 de Maio de 2006 às 08:37

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Índios do Parque Nacional do Xingu, localizado no nordeste de Mato Grosso, podem adoecer em virtude do consumo das águas da região que estão contaminadas com dejetos orgânicos. Um estudo elaborado pelo Departamento de Antropologia da universidade americana de Vanderbilt, entre junho e julho de 2005, mostrou que no líquido há fezes humanas e de animais, com a presença de um nível acima do normal do microorganismo Escherichia coli. Alguns povos já denunciaram casos de intoxicação com o uso da água, de acordo com o depoimento do responsável pelo estudo, Thomas Gregor, em matéria publicada no site do Instituto Sócio Ambiental.

“Os Mehinaku já deixaram de usar a água do rio e estão apelando para poços artesianos. Outros grupos da região estão fazendo o mesmo”, advertiu Gregor, ressaltando que os resultados do trabalho ainda são preliminares, que mas foram obtidos com testes que identificam níveis mínimos de contaminação. No Xingu, vivem aproximadamente cinco mil índios, de 14 etnias diferentes.

A pesquisa foi encomendada pelo Projeto de Manejo Integrado de Bioversidade Aquática e dos Recursos Hídricos da Amazônia (Aquabio) do Ministério do Meio Ambiente para descobrir a presença de agrotóxico e fertilizantes químicos nas águas. Dentre os rios pesquisados está o Culiseu, uma dos afluentes formadores do rio Xingu, nas proximidades das aldeias Uyaipyukun e Utnawa, do povo Mehinaku.

Segundo o pesquisador, o problema deve estar sendo causado pelos dejetos jogados nos rios das cidades que ficam ao redor do Parque e pelo livre acesso do gado aos cursos d´água locais. Gregor também acredita também que é grande a possibilidade de contaminação por agrotóxicos em virtude do uso intensivo da substância nas fazendas próximas e pelo tipo de inclinação do terreno na região.

O pesquisador lembrou que a população indígena da região é extremamente vulnerável a uma possível queda na qualidade da água por consumí-la diretamente, usá-la no preparo da maior parte de seus alimentos e comer muito peixe.





Fonte: Diário de Cuiabá

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