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Sábado - 13 de Maio de 2006 às 08:06
Por: Natacha Wogel

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A fita e os documentos enviados pela 12ª Vara Criminal de Cuiabá a Campinas (SP) voltaram para a Capital nesta semana sem serem submetidos à perícia da Unicamp, estudo que pretende levantar de quem são as vozes existentes no diálogo que pode evidenciar o verdadeiro mandante da morte de Sávio Brandão.

Chuvas durante as trocas de bagagens entre os vôos em que o material foi transportado até São Paulo teriam deteriorado os laudos já produzidos e a própria fita, segundo informações de funcionários do cartório da vara criminal, que também disseram ter sido a agência dos Correios de Campinas responsável pelo estorno do material.

“O material nem chegou à Unicamp. Os Correios de lá não o receberam porque chegou molhado, estragado. Toda a documentação molhou no caminho. Os Correios explicaram que o avião passa por várias cidades, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e, nas trocas de bagagens, acabou molhando a caixa”, relatou uma das funcionárias da 12ª Vara.

Diante do acontecido, o cartório comunicou o fato ao juiz substituto, Lídio Modesto da Silva Filho, e ao membro do Ministério Público responsável pelo caso, João Augusto Veras Gadelha. O magistrado determinou que a defesa de João Arcanjo Ribeiro, acusado de ser o mandante do crime, também seja informada e se pronuncie sobre o assunto.

O advogado de defesa, Zaid Arbid, já disse, antes ainda de ser notificado, achar o fato no mínimo estranho. “Hoje em dia, todos os envelopes dos Correios são impermeáveis, que eu saiba. A princípio, isso é muito estranho”, comentou.

Sobre a possibilidade do fornecimento de uma cópia da fita à Justiça novamente, a defesa acredita que será mais fácil solicitá-la à própria testemunha, cuja voz já admitiu estar na fita, a empresária Karine Ricci. Ela pediu em juízo, há aproximadamente um mês, uma cópia do material para poder reconhecer o diálogo. “Seria mais fácil pedir à testemunha a cópia que tem, que já declarou inclusive estar em bom estado, depois de ter reconhecido sua voz. Se não for possível com ela, preciso saber se a pessoa que me forneceu o material se resguardou disso e teria mais alguma cópia”, completou Arbid.

Conforme informações do cartório da 12ª Vara Criminal, a fita retornará a Campinas do jeito como foi encontrada, para se verificar se houve realmente dano ao material e se será necessário o envio de uma nova gravação. Apenas os documentos molhados serão substituídos por cópias para o reenvio, que deve acontecer ainda na próxima semana.

Até que haja um resultado sobre a perícia, que também identificará a integridade da fita, a testemunha envolvida fica impedida de prestar novo depoimento, como solicitou há pouco mais de duas semanas. A defesa do bicheiro pediu para que o depoimento de Karine fosse tomado apenas quando já houvesse o resultado da perícia. A próxima audiência do caso foi agendada para dia 17, quando duas testemunhas de defesa que ainda não compareceram ao fórum serão ouvidas.





Fonte: Diário de Cuiabá

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