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Brasil sofre primeira retração econômica desde o começo da crise
A economia brasileira se retraiu 0,5% no terceiro trimestre deste ano em relação ao segundo, com o que o país registrou sua primeira retração entre um trimestre e o seguinte desde o começo da crise econômica mundial em 2009, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo governo. O país não sofria uma queda em seu Produto Interno Bruto (PIB) entre um trimestre e o seguinte desde os três primeiros meses de 2009, quando a produção se retraiu 1,6% frente aos últimos três meses de 2008. O resultado foi atribuído pelo governo à queda sazonal da produção agropecuária (-3,5%) e à dificuldade de repetir o bom desempenho do segundo trimestre, quando a economia cresceu 1,8% na comparação com o primeiro. Apesar do mau desempenho na comparação com o período imediatamente anterior, a economia brasileira cresceu 2,2% no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2012 e acumulou uma expansão de 2,4% nos nove primeiros meses de 2013 frente ao período entre janeiro e setembro do ano passado. Essas porcentagens reforçam as previsões do governo e dos economistas privados no sentido que o país terminará o ano com um crescimento de 2,5 %, com o que porá fim à desaceleração que sofre há dois anos. Após ter registrado uma expansão de 7,5% em 2010, a maior em várias décadas, o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011 e de apenas 1% no ano passado, segundo o dado revisado divulgado hoje. "Ainda temos um trimestre pela frente. É perfeitamente possível alcançar o crescimento de 2,5% projetado para 2013", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva na qual comentou o resultado do PIB. O ministro destacou que a revisão do crescimento econômico em 2012 (do 0,9% calculado anteriormente até o 1% divulgado hoje) colocou o Brasil entre os países que mais cresceram no ano passado entre os que fazem parte do G20, que junta as maiores economias e os grandes países emergentes. Admitiu, no entanto, que o resultado do terceiro trimestre deixou o Brasil em posição totalmente contrária. "Fomos o país que menos cresceu entre as maiores economias do mundo no terceiro trimestre", disse. Mantega considera que a economia brasileira já retomou o caminho do crescimento nos últimos meses deste ano e que o país terá condições de expandir-se a um ritmo de 4% ao anuo nos próximos anos. "O consumo e a atividade econômica estão aumentando. Teremos um resultado positivo no quarto trimestre. A economia brasileira está em trajetória de crescimento gradual, que deve continuar nos próximos trimestres", comentou. O ministro citou os dados que indicam que o consumo das famílias, que durante muitos anos foi a locomotiva da economia graças à queda do desemprego e ao aumento da renda e do crédito, começou a reagir após uma ligeira desaceleração. O consumo das famílias cresceu 1,1% no terceiro trimestre frente ao segundo, sua maior expansão desde o primeiro trimestre de 2012 e muito acima do 0,3% do segundo trimestre. O governo, por outra parte, admitiu sua preocupação com a queda de 2,2% no terceiro trimestre do investimento produtivo, que vem sendo estimulado para que substitua o consumo das famílias como a locomotiva que impulsiona a economia brasileira. O investimento tinha crescido em 3,6% no segundo trimestre e em 4,2% no primeiro. Mantega admitiu que o país ainda necessitará "alguns anos" para alcançar taxas de investimento produtivo equivalentes ao 24% do PIB, mas esclareceu que o programa de concessões iniciado pelo governo pode ajudar a elevar os investimentos.
Fonte:
EFE
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