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Cidades/Geral
Sexta - 12 de Maio de 2006 às 15:15

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Depois da mais de nove horas de depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), o ex-secretário geral do PT Silvio Pereira negou mais uma vez que tenha tido qualquer envolvimento em contratos irregulares nos Correios. Ao deixar a sede da Procuradoria, Silvinho, como é conhecido dentro do PT, não quis falar com a imprensa. Seu advogado, Iberê Bandeira de Melo, no entanto, informou que Silvio poderá ser acusado de improbidade administrativa por meio de uma ação civil pública.

"Só resta saber se como réu ou testemunha", informou Melo. O advogado disse também que, caso Silvinho seja indiciado como réu, ele entrará com uma contestação, alegando problemas psiquiátricos de seu cliente.

Segundo nota oficial divulgada pelo MPF, o depoimento durou tanto tempo porque Silvinho foi solicitado a detalhar toda a sua trajetória política dentro do PT, com o objetivo de definir qual era o seu papel dentro do partido. "Na minha opinião, ele é filho do PT, por isso nunca iria conta o seu partido. Lá ele era apenas um 'tarefeiro'", afirmou seu advogado.

O presidente Lula teria sido citado durante o depoimento, por estar ligado à história do partido. Silvinho, porém, voltou a isentar o Lula de qualquer tipo de participação em esquemas ilegais.

A nota oficial do MPF diz ainda que Silvio Pereira era o responsável pela seleção de currículos para cargos de segundo escalão dentro do governo e que, segundo o que informou em seu depoimento, as vagas eram preenchidas, na maioria dos casos, por petistas e correligionários do ex-ministro e deputado federal cassado José Dirceu.

Esse fato teria gerado insatisfação entre os demais partidos da base aliada, resultando em retaliações na forma de posicionamento contra os interesses do governo em votações no Congresso. Silvio também explicou o episódio que levou Eduardo Medeiros ao cargo de diretor dos Correios. Segundo Silvinho, o nome de Medeiros teria sido indicado por um grupo de servidores da estatal ligados ao PT, negando qualquer tipo de participação na escolha.

A entrevista ao jornal O Globo, publicada no último domingo e que suscitou o depoimento de Silvinho na CPI dos Bingos, foi pouco citada durante o depoimento no MPF. Ao contrário do delegado da Polícia Federal Luiz Zampronha, o advogado de Silvinho negou que a entrevista tenha sido dada com o objetivo de pressionar o PT.

O advogado de Silvio fez questão de afirmar que os dois procuradores que tomaram o depoimento , Bruno Accioly e José Alfredo de Paula, trataram Silvinho muito bem, com respeito, fazendo perguntas de "muita profundidade".

Hoje pela manhã, Silvinho depôs na sede da Polícia Federal durante cerca de cinco horas. Segundo o delegado Luiz Zampronha. Ele afirmou que tomou conhecimento pela imprensa da versão de que o empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza pretendia arrecadar R$ 1 bilhão com o PT no governo.

Segundo Zampronha, o ex-dirigente falou sobre contratos entre os Correios e as empresas de Marcos Valério e negou participação no esquema. Pereira é acusado de intermediar contratos irregulares entre quatro empresas e a estatal. Uma dessas empresas é a SMP&B, do publicitário Marcos Valério.





Fonte: Terra

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