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Sexta - 12 de Maio de 2006 às 09:57

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Numa tentativa de esvaziar os protestos programados por lideranças da área agrícola para a semana que vem, o governo anuncia hoje medidas para minimizar a crise no setor. O foco do pacote, que ainda estava sendo finalizado ontem à noite, deverá ser os produtores de soja.

Entre as medidas previstas para serem anunciadas pelo ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) na manhã de hoje estão dinheiro para cobrir a diferença entre o preço de mercado da saca de soja e um valor que garanta uma margem de lucro mínima para os agricultores. Isso ocorrerá por leilões de contratos específicos.

Com esse mecanismo, o governo acredita que será possível elevar o preço da soja no mercado brasileiro e compensar os prejuízos que os produtores alegam ter nas exportações, por causa da valorização do real diante do dólar.

As medidas, no entanto, ainda deverão ser complementadas por mais um novo pacote, previsto para ser divulgado nas próximas semanas, junto com o plano de safra, segundo confirmou, ontem, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.

"Mais para o final do mês, haverá um pacote de medidas estruturais para minimizar os problemas que estão acontecendo neste ano", disse Appy, após reunião com parlamentares no final da tarde de ontem.

Na verdade, o pacote de hoje foi fechado às pressas nesta semana, numa operação-abafa desencadeada pelo Palácio do Planalto para tentar se antecipar a uma série de protestos do setor previstos para a semana que vem.

Segundo a Folha apurou, numa reunião no início da semana, com os ministros Rodrigues, Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Tarso Genro (Relações Institucionais) e Paulo Bernardo (Planejamento), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que as medidas para o setor agrícola fossem aceleradas.

Diante da argumentação de que elas estavam sendo negociadas dentro da área econômica, o presidente teria exigido urgência porque não queria ficar refém das manifestações agendadas para a semana que vem e que já têm confirmada a presença de 12 governadores capitaneados pelo de Mato Grosso, Blairo Maggi.

Além disso, a Contag (Confederação dos Trabalhadores da Agricultura) realizará, em Brasília no dia 16, o "Grito da Terra". Sem falar nos bloqueios de estradas que estão sendo feitos em vários Estados para pedir ação do governo.

A preocupação do Palácio do Planalto é que os atos sejam usados politicamente pelos adversário do governo. Além disso, o presidente não queria passar a impressão de que só adotou alguma medida por causa da pressão realizada. Isso, argumentaram assessores de Lula, estimularia outros segmentos a fazerem o mesmo.

Entre os mais atingidos com a crise no setor e que serão beneficiados agora estão produtores de soja do Centro-Oeste, especificamente de Mato Grosso, Estado em que o governador lidera as manifestações contra o governo.

Ontem o Ministério do Desenvolvimento Agrário anunciou a liberação de R$ 408 milhões para a compra de arroz, milho e feijão. Desse total, R$ 204 milhões serão destinado à agricultura familiar.





Fonte: 24Horas News

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