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Polícia Brasil
Quinta - 11 de Maio de 2006 às 22:10

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A 32ª Vara Criminal do Rio condenou no dia 3 de maio o pirata virtual Otávio Oliveira Bandetini, 20, a dez anos e 11 meses de prisão. Segundo o Tribunal de Justiça, que divulgou a sentença nesta quinta-feira, o jovem de classe média transferiu indevidamente, pela internet, cerca de R$ 2 milhões das contas correntes de terceiros.

Preso no ano passado em um flat na Barra da Tijuca, Bandetini foi condenado por crimes de furto qualificado (pena de seis anos e oito meses) e de interceptação telemática não-autorizada (quatro anos e dois meses). Segundo a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, as transferências foram feitas entre fevereiro e abril de 2005.

Durante alguns meses antes de sua prisão, ele ficou hospedado neste flat do Hotel Sheraton, onde policiais encontraram um computador com arquivos que registravam as operações ilícitas. Entre as informações havia dados bancários sigilosos de 242 pessoas, além do número de conta corrente de outras 44. O pirata também tinha em seu poder um automóvel Mercedez-Benz modelo C 200.

Para ter acesso a informações sigilosas, o jovem instalava programas espiões nos computadores das vítimas --estes códigos maliciosos foram encontrados em sua máquina. Após infectar o PC de internautas, Bandetini conseguia capturar dados que seriam utilizados nas transações financeiras ilícitas.

"Não há dúvida de que o acusado procedeu a inúmeras interceptações não-autorizadas de comunicações telemáticas e subtraiu, mediante fraude, senhas sigilosas e créditos das contas de dezenas de correntistas", afirmou o juiz Mário Henrique Mazza, responsável pela sentença.

Segundo o juiz, não há provas de que o acusado era parte de uma quadrilha de piratas. Sabe-se, no entanto, que seu pai e madrasta --Marino Bandetini Júnior e Sara Luci Mariano-- estavam entre os laranjas que abriram conta corrente para receber dinheiro desviado pelo jovem. Os dois responderão processo por isso.

Antes de ser preso no Rio, o pirata havia sido denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais, em Juiz de Fora, também pelo desvio de dinheiro via internet. Sua conta foi então bloqueada por determinação da Justiça, ele se mudou para o Rio e passou a usar contas de laranjas para enviar o dinheiro das vítimas.





Fonte: Folha Online

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