Sejusp pretende transferir Arcanjo para Catanduva

A Penitenciária de Segurança Máxima Especial de Catanduva (PR), a "Supermax", poderá ser a nova moradia de João Arcanjo Ribeiro, 55. Até o final desta semana a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) encaminha o pedido de transferência às justiças estadual e federal. A informação é do titular da pasta, Célio Wilson de Oliveira.

A inviabilidade de manter um batalhão exclusivamente para cuidar de Arcanjo diante da periculosidade dele é o argumento da secretaria. Hoje, pelo menos 60 homens que integram um grupo de elite da Polícia Militar "atuam" como agentes prisionais na Penitenciária do Pascoal Ramos, onde ele está preso há exatos 60 dias.

A "Supermax", nome em alusão a presídios americanos, será entregue em junho, após atraso de quatro meses da data prevista de inauguração devido ao excesso de chuvas.

A penitenciária federal vai abrigar criminosos de alta periculosidade, que comprometam a segurança do presídio ou possam ser vítimas de atentados no interior deles. O objetivo do governo é, ao mesmo tempo, garantir um isolamento maior dos chefes do crime organizado e aliviar a tensão no sistema carcerário estadual. Em Mato Grosso, hoje, o déficit é de mais de 2 mil vagas.

Essa é a segunda tentativa feita pelo Estado para transferir Arcanjo. Da primeira vez, o pedido foi extinto pelo juiz da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, que foi afastado do cargo por determinação do Tribunal Regional Federal (TRF).

O "Comendador", conforme o secretário, se enquadra perfeitamente nas exigências estipuladas para os abrigados da primeira unidade prisional federal a ser inaugurada no país.

"A exemplo do que já acontece em Presidente Bernardes (SP), ele deve estar inserido no RDD".

A fala do secretário refere-se à inserção de Arcanjo ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que determina uma séria de restrições a presos ligados ao crime organizado, como agendamento de visitas de advogados, além de isolamento e apenas uma hora de banho de sol diário.

O pedido já recebeu parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF), mas ainda não há decisão.