Senador se espanta com o poderio

Um dos senadores membros da sub-comissão, Wellington Salgado, pareceu espantado com o poder que Arcanjo já teria exercido em Mato Grosso. “Ele chegou a ser mais poderoso do que o próprio Estado. Não dá nem para dizer que era um poder paralelo, porque de certa forma estavam todos juntos, todos dentro de uma mesma situação. O problema é que ninguém consegue ficar nisso por muito tempo, porque o Estado cobra, o que está fazendo com ele agora”, comentou.

A tentativa de confirmar as relações estreitas estabelecidas entre o bicheiro e as autoridades do Estado também foi feita pelo senador Sibá Machado, que viu em Arcanjo um homem de “muita inteligência”, mas que precisaria de ajuda para amealhar um patrimônio de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. “Se não houve ajuda da polícia, como o senhor disse, outras pessoas de vida pública devem ter ajudado o senhor, outras autoridades?”, questionou o senador.

Da mesma forma reagiu Romeu Tuma, ao perceber a facilidade de atuação que Arcanjo tinha com os jogos de contravenção, sem a intervenção das autoridades locais em seus negócios. “O senhor era ‘muy amigo’ de todos aqui e ninguém o incomodava”, comentou, mostrando-se estarrecido com as informações de que a Assembléia Legislativa de Mato Grosso fazia empréstimos nas factorings. A todos, Arcanjo respondeu apenas que era um contraventor, simplesmente, mas que a ele não pesaria nenhum outro crime, pelo qual está sendo acusado.

“Eu não tenho dúvida sobre a necessidade de investigação da Assembléia Legislativa. Por que ela vai dar cheque para descontar em factoring? E me parece que tem muitos empresários que receberam esses cheques para pagamento de contas da Assembléia. Ela teria que ter dinheiro para pagar, quem fez desconto em factoring é porque não tinha nenhum dinheiro orçamentário para pagar. Ela não podia fazer a movimentação que é clandestina e ilegal”, avaliou Tuma. (NW)