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Quarta - 10 de Maio de 2006 às 07:17

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O aguardado encontro entre João Arcanjo Ribeiro e o senador Antero Paes de Barros não acrescentou nenhuma novidade ao cenário de investigações sobre os empréstimos feitos pelo bicheiro para o financiamento de campanhas do PSDB, principalmente nos anos de 98 e 2002. Não houve nenhum enfrentamento entre os dois durante o depoimento de ontem à CPI dos Bingos, ao contrário do esperado, depois das declarações que o bicheiro fez à imprensa, confirmando que o senador foi até ele pedir dinheiro emprestado para concorrer ao pleito de 2002 como governador.

Arcanjo não mencionou o nome de nenhum político durante a inquirição, apesar de ter sido por várias vezes questionado pelos senadores, exceto Antero, se sabia das operações realizadas por partidos e políticos de Mato Grosso em suas factorings. Em todo momento, o bicheiro disse não ter detalhes, informando que quem conduzia tudo e tinha autonomia para a atividade era seu gerente, Nilson Teixeira.

“Ninguém que fazia empréstimo ia falar, isso aqui é para a campanha. Mas quem sabe explicar isso melhor é o Nilson, que era o encarregado. Se fosse um comitê, mandava em nome de uma empresa. Sempre através de uma empresa. Mesmo se fosse empréstimo, seria através da empresa. Ele veio para a empresa para avaliar risco”, comentou, mas dizendo que confirmava as declarações prestadas por ele à Polícia Federal no último dia 30, em que também confirma as informações prestadas por Nilson na investigação.

A principal manifestação do senador Antero durante o depoimento foi a respeito de uma operação realizada pelo diretório do PSDB em 2002 em uma das factorings de Arcanjo para o financiamento de campanha. “Na campanha de 2002 foi feita sim troca de cheques do comitê financeiro do PSDB, na Vip Factoring. De todas as empresas, eram cheques pré-datados que foram doados ao PSDB. Esses cheques o comitê financeiro único, que é pessoa jurídica, tem CNPJ, fez uma operação de fomento com a Cuiabá Vip Fomento Mercantil limitada, que é uma das factorings do senhor, em que foram descontados lá em torno de R$ 240 mil. Só que tudo isto foi feito às claras, está declarado na Justiça Eleitoral, e essa prestação de contas foi aprovada pela Justiça Eleitoral”, sustentou o senador.

Sobre possíveis transações partidas do ex-governador Dante de Oliveira com as factorings, e uma relação próxima entre ele e o bicheiro, Arcanjo não confirmou nenhuma operação e disse ter tentado, frustradamente, se aproximar do líder tucano. “Eu conheço Dante de Oliveira, que foi governador do Estado durante oito anos, um governador excelente. Gostaria até de ter me aproximado dele, mas ele mantinha distância”.

Para o senador Romeu Tuma, falta às investigações da PF a quebra de sigilo bancário de muitos políticos para comprovar as relações. (NW)





Fonte: Diário de Cuiabá

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