Nitrogênio é aposta para elevar produtividade da soja
Os efeitos da aplicação de nitrogênio em lavouras de soja serão investigados por empresas de biotecnologia e fundações de pesquisa de todo o país. O grupo acredita que o uso desse tipo de fertilizante possa ampliar os ganhos expressivos de rendimento.
Com a intenção de testar a validade dessa hipótese levantada. O grupo composto por 25 organizações como a Embrapa, Fundação MT, Monsanto e Pioneer que realizaram testes de campo na safra 2012/2013. As organizações envolvidas na pesquisa integram uma rede de pesquisas associada ao Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb).
De acordo com a assessoria de imprensa da Aprosoja, apesar de a produção de uma tonelada de soja consumir cerca de 80 quilos de nitrogênio, a produção da mesma quase que dispensa a aplicação de fertilizantes nitrogenados no solo. A oleaginosa consegue absorver do ar a maior parte do nutriente de que necessita por meio de um processo conhecido como fixação biológica.
Porém, com a inserção de prática de adição de nitrogênio nas composições usadas para enriquecer o solo, os agricultores participantes de um concurso de produtividades promovido pelo Cesb conseguiram mais do que dobrar o rendimento da soja.
"Com o trabalho dessa rede de pesquisa, queremos atestar se o nitrogênio é realmente um fator determinante [para o ganho de produtividade] e se é viável economicamente", afirma Nilson Caldas, diretor do Cesb.
Comprovados os benefícios do nitrogênio e a viabilidade econômica de sua aplicação, explica Caldas, as instituições participantes deverão trabalhar em uma nova "cartilha" de recomendações agronômicas para a produção de soja no Brasil.
"Estamos bastante confiantes em ganhos substanciais. Nosso objetivo é aumentar a produtividade média da soja para 4 mil toneladas por hectare até 2015, no Cerrado, e 2020, no Sul do país", afirma o representante do Cesb. Atualmente, o Brasil colhe menos de 3 mil toneladas por hectare.
Caldas admite, porém, que pesquisas sobre o uso de nitrogênio em lavouras de soja se mostraram sem conclusão no passado. "É possível que a fixação biológica da soja tenha sido suficiente para suportar os ganhos de produtividade até aqui, mas não para que cheguemos a patamares mais elevados", frisou.
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