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Terça - 09 de Maio de 2006 às 08:08
Por: Edilson Almeida

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O projeto em tramitação na Assembléia Legislativa que visa unificar o Parque Cristalino I e II começa a “assombrar” os ambientalistas. Uma das propostas, apresentada sobre o assunto, pelos deputados Silval Barbosa (PMDB) e Pedro Satélite (PPS), ambos representantes da região em questão, premia ocupantes irregulares que desmataram áreas do parque depois de sua criação e, ainda, implica na perda de recursos para gestão da área na ordem de R$ 7 milhões. O projeto do Governo de unificação do parque mantém a área total da unidade de conservação em 180 mil hectares.

Durante audiência pública para tratar do assunto, na semana passada, na cidade de Mundo Novo, no extremo Norte do Estado, a proposta elaborada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) ganhou apoio, Segundo Renato Farias, membro da Associação dos Amigos do Parque Cristalino (Aparc), o projeto é extremamente qualificado e atenderia às necessidades de resolução dos conflitos fundiários sem, no entanto, beneficiar os proprietários que seguiram abrindo novas áreas, mesmo depois da criação da unidade de conservação, em 2001.

Os desmatamentos recentes dentro dos limites do parque somam cerca de 15 mil hectares, um crime ambiental que já está na pauta de intervenção da Sema desde o segundo semestre do ano passado, quando o próprio secretário Marcos Machado participou de uma operação de fiscalização que multou 17 pessoas, além de apreender cargas de madeira cortadas ilegalmente dentro da área protegida.

Para a Aparc, a proposta dos deputados estaduais é inaceitável, já que premia infratores. Além disso, qualquer redução no Parque Estadual significará a perda de recursos que podem chegar a US$ 7 milhões, oriundos do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), do governo federal. Desde o final do ano passado, o Cristalino está entre as áreas protegidas a serem apoiadas pelo Arpa, atualmente a principal fonte de recursos para implementação e gestão de unidades de conservação na Amazônia.

Farias lembra que a implementação do parque pode significar uma importante alternativa econômica para a região, e especialmente para as comunidades rurais do município de Novo Mundo, que sofrem com a infra-estrutura extremamente precária de transportes, um dos principais obstáculos à comercialização da produção agrícola. Na avaliação da Aparc, o processo de implementação do Parque Estadual do Cristalino deve priorizar o envolvimento das comunidades nas atividades de ecoturismo e prestação de serviços não só no entorno, mas também dentro do parque.

A Associação dos Amigos do Parque Cristalino é uma coalizão de pessoas e entidades em defesa do parque criada em 2004, mas já em 2003, quando o governo do Estado apresentou a primeira proposta de redução da unidade, as entidades que hoje compõe a associação mobilizaram mais de 1000 pessoas em um abaixo-assinado contra a redução.





Fonte: 24 Horas News

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