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Cidades/Geral
Terça - 09 de Maio de 2006 às 07:16

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João Arcanjo Ribeiro conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de permanecer calado hoje, durante sua oitiva à CPI dos Bingos. No início da noite de ontem foi concedida ao "Comendador" a liminar do habeas corpus impetrado pelo seu advogado Zaid Arbid, na última sexta-feira, e relatado pelo ministro Cézar Peluso.

Com isso, a expectativa dos senadores, que chegaram ontem à Cuiabá, de obterem com Arcanjo detalhes sobre financiamento de campanhas políticas, da ligação com Ronan Maria Pinto e sua suposta ligação com o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, entre outras, deve acabar frustada.

Hoje, a partir das 10h, no Comando Geral da Polícia Militar, onde Arcanjo deverá comparecer na presença de seis senadores, ele terá o privilégio contra a auto-incriminação, ou seja, poderá recusar-se a responder todas as perguntas cujos esclarecimentos possam gerar provas contra ele.

Presidente da comissão que veio a Cuiabá ouvir Arcanjo, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) afirmou ontem durante coletiva, antes de saber da decisão do STF, que um habeas corpus "enfraqueceria o objetivo". "Não vejo necessidade dele fazer isso, porque ele já tem a liberdade de não se auto-incriminar. O que buscamos é que ele nos ajude a esclarecer os fatores políticos, de envolvimento de parlamentares e outras pessoas que podem ter participado de todo o esquema de corrupção que foi formado nestes últimos tempos no país", disse o senador.

Apesar da liminar, a CPI fará todos os questionamentos a Arcanjo. Além de financiamento de campanhas e o caso Celso Daniel, os senadores também vão questionar o "Comendador" sobre a origem de seus bens, suas empresas no Uruguai, a finalidade das off-shores, o comando do jogo do bicho e jogos de azar em Mato Grosso, operações no mercado paralelo de dólar, contas no exterior e sobre Luiz Alberto Dondo Gonçalves, seu ex-contador, preso.

Também participam da comissão os senadores Sibá Machado, Wellington Salgado, Juvêncio da Fonseca, Magno Malta e Leomar Quintanilha.





Fonte: A Gazeta

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