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Traficantes ditam "lei" em bairro de Cuiabá
Os traficantes do bairro Jardim Vitória estão ditando normas para serem seguidas pelos moradores. "As Regras da Baixada" estão impressas em cartazes, colados nas portas de pequenos comércios e áreas públicas de grande circulação. Prevêem que se não forem cumpridas o transgressor será "duramente penalizado com atestado de óbito".
Entre as regras está a proibição de uso de drogas próximo a pessoas e moradias do bairro e a proibição de roubos entre as ruas 23 e 31. Na lista de normas não é permitido roubar coletivos e as instituições que beneficiam o bairro. A terceira "cláusula" está relacionada diretamente ao grupo e diz que "é expressamente proibido prejudicar os irmões (sic) da baixada com calotes. Entregando, ou seja, não prejudicar para não ser prejudicado".
Está cláusula seria a mais importante da lista de recomendações e está relacionada a recente prisão de um membro da gangue, acusado de estupro. O objetivo do grupo é intimidar a comunidade para evitar que denuncie outros criminosos.
O "contrato" tem data de 27 de abril e um espaço destinado a assinatura dos moradores, para confirmarem que estão cientes das novas regras. Elas teriam sido coladas em diversos pontos por uma adolescente, namorada de um dos supostos líderes da "baixada". A ação foi feita com tranqüilidade, durante o dia.
A certeza de impunidade em relação a traficantes, estupradores e assaltantes que moram na região faz com que a lei do silêncio impere. A própria polícia diz que no Jardim Vitória é difícil obter informação sobre criminosos entre a comunidade. O comerciante C. que já teve o pequeno mercado assaltado várias vezes, confirma que não adianta se rebelar contra os criminosos. "Eles roubam e são presos em flagrante pela Polícia. No outro dia já estão soltos e passam rindo pela gente". Ele cita o caso de um comércio vizinho que foi roubado na manhã de domingo e na terça-feira o criminoso já tinha voltado para o bairro.
"Os traficantes daqui quando são presos já encontram pelo menos 2 advogados esperando por eles na delegacia. Essa é a nossa Justiça", desabafa N., comerciante pequeno que como todos os demais paga um segurança particular para ficar o dia todo diante do pequeno mercado.
Para motoristas e cobradores de ônibus que trabalham na região, a "cláusula" que prevê que roubo a ônibus no Jardim Vitória é "mancada gravíssima", não tem nenhum efeito concreto. "Os assaltos e atos de vandalismo fazem parte da rotina. É quase um castigo trabalhar aqui", garante.
Trabalhadores do transporte dizem que nos finais de semana a situação é ainda mais crítica. Poucos pagam passagem. Simplesmente pulam as catracas em grupos. Praticam os assaltos e depois saem tranqüilamente até um bar próximo onde gastam o dinheiro roubado.
A escuridão do local onde deveria haver uma praça e ficam os coletivos no ponto final é uma das maiores aliadas dos criminosos.
Entre as regras está a proibição de uso de drogas próximo a pessoas e moradias do bairro e a proibição de roubos entre as ruas 23 e 31. Na lista de normas não é permitido roubar coletivos e as instituições que beneficiam o bairro. A terceira "cláusula" está relacionada diretamente ao grupo e diz que "é expressamente proibido prejudicar os irmões (sic) da baixada com calotes. Entregando, ou seja, não prejudicar para não ser prejudicado".
Está cláusula seria a mais importante da lista de recomendações e está relacionada a recente prisão de um membro da gangue, acusado de estupro. O objetivo do grupo é intimidar a comunidade para evitar que denuncie outros criminosos.
O "contrato" tem data de 27 de abril e um espaço destinado a assinatura dos moradores, para confirmarem que estão cientes das novas regras. Elas teriam sido coladas em diversos pontos por uma adolescente, namorada de um dos supostos líderes da "baixada". A ação foi feita com tranqüilidade, durante o dia.
A certeza de impunidade em relação a traficantes, estupradores e assaltantes que moram na região faz com que a lei do silêncio impere. A própria polícia diz que no Jardim Vitória é difícil obter informação sobre criminosos entre a comunidade. O comerciante C. que já teve o pequeno mercado assaltado várias vezes, confirma que não adianta se rebelar contra os criminosos. "Eles roubam e são presos em flagrante pela Polícia. No outro dia já estão soltos e passam rindo pela gente". Ele cita o caso de um comércio vizinho que foi roubado na manhã de domingo e na terça-feira o criminoso já tinha voltado para o bairro.
"Os traficantes daqui quando são presos já encontram pelo menos 2 advogados esperando por eles na delegacia. Essa é a nossa Justiça", desabafa N., comerciante pequeno que como todos os demais paga um segurança particular para ficar o dia todo diante do pequeno mercado.
Para motoristas e cobradores de ônibus que trabalham na região, a "cláusula" que prevê que roubo a ônibus no Jardim Vitória é "mancada gravíssima", não tem nenhum efeito concreto. "Os assaltos e atos de vandalismo fazem parte da rotina. É quase um castigo trabalhar aqui", garante.
Trabalhadores do transporte dizem que nos finais de semana a situação é ainda mais crítica. Poucos pagam passagem. Simplesmente pulam as catracas em grupos. Praticam os assaltos e depois saem tranqüilamente até um bar próximo onde gastam o dinheiro roubado.
A escuridão do local onde deveria haver uma praça e ficam os coletivos no ponto final é uma das maiores aliadas dos criminosos.
Fonte:
Gazeta Digital
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/302555/visualizar/
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