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Economia
Sexta - 05 de Maio de 2006 às 14:00
Por: Raquel Barroso

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O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, acredita que a nacionalização das reservas de petróleo e gás natural da Bolívia foi uma decisão tomada pelo presidente Evo Morales em resposta ao desgaste que ele estava sofrendo por questões populares. “O que acontece é que em julho a Assembléia Constituinte será formada, e ele percebeu que já vinha perdendo espaço. A nacionalização foi uma tentativa de auto-afirmação para pegar os bolivianos pelo coração, como aconteceu aqui no Brasil há alguns anos com a campanha "O Petróleo é Nosso", Evo Morales quis reafirmar ‘o Gás é Nosso’ ”, afirma Furlan.

De acordo com o secretário, estrategicamente para a Bolívia o Brasil é o melhor parceiro comercial. “A Petrobras responde por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Se somarmos a produção das demais empresas do setor que atuam na Bolívia, como a Repsol YPF (Espanha e Argentina), British Gas e British Petroleum (Reino Unido) e a Total (França), constataremos que elas correspondem por aproximadamente 60% de toda a riqueza boliviana”, explica.

Ao ser questionado sobre os reflexos da nacionalização da Bolívia em Mato Grosso, o secretário da Sicme afirma que não será tão impactante, pois a utilização do gás natural no Estado ainda é novidade. “O gás é muito utilizado no parque industrial de São Paulo, mas aqui em Mato Grosso ainda não é utilizado. Há 3 anos, a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso fez uma pesquisa sobre a possibilidade de utilização do gás pelas indústrias mato-grossenses. Na ocasião foi constatado que a demanda de gás estaria em torno de 500 mil metros cúbicos por dia, desde que o produto seja comercializado por um preço competitivo”, acrescenta Alexandre Furlan.

Segundo Furlan, a utilização do gás pelas indústrias locais será gradativa. “Algumas empresas já se mostraram interessadas em utilizar o gás como matriz energética. Entre elas está a Sadia, Rexam, Quartzolite e algumas indústrias do Distrito Industrial de Cuiabá. Mas, com o acontecido, nós teremos que ter paciência, aguardar os desdobramentos das questões da Bolívia. Somente após os acordos internacionais teremos condições de voltar a procurar os bolivianos e fazer um contrato direto entre a estatal boliviana com a MT Gás, que acaba sendo uma estatal mato-grossense”, diz o secretário da Sicme.

Em março deste ano, o secretário Alexandre Furlan acompanhou a comitiva liderada pelo governador Blairo Maggi, que esteve na Bolívia reunindo-se com lideranças locais. Atualmente, a quantidade de produto boliviano que abastece Mato Grosso é de 150 mil metros cúbicos. Na viagem, os contatos realizados objetivavam um contrato maior com a estatal boliviana de pelo menos 500 mil metros cúbicos, para assegurar mais capacidade a essa matriz energética e, com isso, abrir novas possibilidades de atração de investimentos ao Estado.





Fonte: Da Assessoria

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