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Sexta - 05 de Maio de 2006 às 02:44

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As colônias de imigrantes japoneses que chegaram ao Estado de Mato Grosso, a partir de 1950, oriundos do interior de São Paulo e do Paraná foram homenageados pelo Governo do Estado na manhã desta quinta-feira (04), no Parque Massairo Okamura, em Cuiabá. O ato fez parte da programação das comemorações pelos 258 anos de fundação de Mato Grosso e abriu a agenda de atividades que serão realizadas especificamente no parque até o dia 09 de maio (próxima terça-feira).

Na oportunidade foi aberta a exposição fotográfica “Nas Trilhas da Memória - os Japoneses, na História de Mato Grosso”, sob a coordenação da professora e historiadora Aldina Cássia Fernandes da Silva, resgatando um precioso trabalho de preservação da memória e história dos imigrantes nipônicos que chegaram ao Norte do Estado, na antiga gleba Rio-Ferro, atual município de Feliz Natal.

A historiadora Aldina conta que a exposição se originou após os dois anos e meio de coleta de documentos e fotografias que contam a história da imigração japonesa para o Centro-Oeste. “A maioria destes imigrantes era de trabalhadores que, após a doação de terras pelo então presidente Getúlio Vargas, vieram para Mato Grosso atraídos pela oportunidade de cultivar a seringueira em busca do aumento da produção da borracha no Brasil”, disse ela.

A cerimônia comemorativa contou com a participação de várias autoridades e lideranças, prestigiadas com a presença de bom público estudantil. Naomassa Uemura, de 92 anos, um dos imigrantes pioneiros que chegou naquela época em Mato Grosso, discursou em japonês e relembrou alguns dos inúmeros momentos marcantes destes desbravadores. Naomassa explica que, desde que chegou a Mato Grosso, fincou suas raízes em Cuiabá, criou seus filhos, o mais velho hoje com 65 anos, e tudo o que esteve ao seu alcance no decorrer de sua vida procurou ajudar a preservar a cultura e as tradições de origem. Ele foi o primeiro presidente da Associação Nipônica de Cuiabá, fundada em 1957, quatro anos após sua chegada.

Para Jorge Kuroyanagi, diretor cultural da Associação Nipônica, a colônia japonesa tem dado sua contribuição para o desenvolvimento de Mato Grosso, seja direta ou indiretamente através da preservação da cultura oriental, da língua materna, do repasse da arte, música e tradições japonesas. Uma curiosidade, segundo ele, é que dos atuais 45 alunos na escola da língua japonesa de Cuiabá, mais da metade são não-descendentes.

Na solenidade de abertura, o secretário da Casa Civil, Antonio Kato, representando o governador Blairo Maggi, elogiou a homenagem aos imigrantes que “juntos com outras etnias e culturas estão ajudando a construir um futuro melhor”.

O secretário adjunto de Ciência e Tecnologia, Adnauer Daltro, externou sua satisfação e reconheceu o esforço de todos os envolvidos que trabalharam para fazer tudo dar certo neste evento. “Foi um trabalho em conjunto que com méritos é dedicado a um povo repleto de tradições, crenças e muitas lutas. A exposição reproduz esta trajetória e vem comprovar o valor e importância destes imigrantes que aqui chegaram há pouco mais de meio século”.

Nas palavras de Antonio Carlos Camacho, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), em tempos difíceis os colonos japoneses optaram por construir um sonho nas terras mato-grossenses, mas mesmo assim perseveraram e mantiveram suas tradições. “Um povo que soube construir e manter suas histórias vivas”, afirmou.

Agenda cultural

Após a solenidade, o público teve acesso a uma diversificada agenda cultural dentro do parque com apresentações artísticas, como a de Edmilson Maciel, que cantou músicas que retratam a beleza e tradições de Mato Grosso e da cantora Hiseko Yoshiara, que apresentou algumas melodias da tradição japonesa.

No espaço da Secitec, o público, a maioria estudantes da rede pública de ensino, pôde conhecer relíquias usadas em meados do século passado, como projetores, câmeras e filmadoras.

No espaço da exposição “Nas trilhas da Memória”, os alunos também puderam conhecer vários tipos de brinquedos japoneses oriundos de regiões como: Hokkaido, Kanto, Kansai e Joetsu. Além de peças artesanais e utensílios retratando o Festival das Bonecas (Hinamatsuri), o Festival dos Meninos (Gogatsu Ningy) e vestimentas orientais, como os kimonos de verão (Yukatas).

Após visitar o espaço, o estudante da 8ª série da Escola "Treze de Setembro", Fernando M. da Silva, disse que gostou da mostra porque são muitos os objetos que despertam a atenção e revelam uma identidade cultural própria. “Os objetos apresentados resgatam detalhes da cultura e das tradições japonesas que sempre é legal a gente conhecer”.

Para Vitor H. Fernandes Sales, aluno da 7ª série da escola "Treze de Setembro", a exposição resgata muito bem os costumes da cultura oriental e os brinquedos típicos de regiões do Japão.

No sábado (06), prosseguindo as atividades no parque, a Secitec fará a divulgação e apresentação da proposta de Política Estadual de Educação Profissional e Tecnológica com a entrega de cartilhas ao público participante.

Segundo Inês Costa Marques, coordenadora-geral de Popularização da Ciência da Secitec, o evento cumpre seu objetivo por reproduzir várias formas e expressões através de elementos culturais construídos por tradições históricas e milenares e popularizados de maneira acessível para o conhecimento do público.





Fonte: Da Assessoria

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