8º CECUT critica modelo do agronegócio de Mato Grosso

A monocultura da soja em Mato Grosso foi criticada durante a abertura do 8º Encontro Estadual da Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso (CECUT), hoje de manhã, no Hotel Fazenda Mato Grosso.

Compuseram a mesa de abertura Leoni Philippsen, presidente da CUT, Vicente Puhl, presidente do Fórum Mato-grossense de Meio-ambiente e Desenvolvimento (Formad) e Idalice Rodrigues Nunes, coordenadora estadual do Movimento dos Sem Terra (MST).

Referindo-se as manifestações que vêm sendo realizadas por agricultores de Mato Grosso, Leoni disse que é preciso fazer uma análise do que o protesto encampado pelas prefeituras municipais significa. “A quem o poder público está servindo?” indaga a presidente da CUT. “A pauta econômica é o que aparece na mídia, mas na verdade a pauta é política”, ressalta.

Para a coordenadora do MST, Idalice Nunes, o governo de Mato Grosso não defende o trabalhador, mas sim exclusivamente a soja. “Lutamos pela reforma agrária porque sabemos que é a agricultura familiar que sustenta os brasileiros”, afirma. “Vejam se nos caminhões que estão barrados nas BRs há cargas de arroz, feijão e ovos? Não, só têm soja!”

De acordo com Vicente Puhl, dos 8 milhões de hectares ocupados pela agricultura em Mato Grosso, 6 milhões são de soja. “A monocultura é um modelo que utiliza muito agrotóxico e ainda não sabemos as dimensões do prejuízo ao meio-ambiente. Só sabemos que herbicidas e pesticidas matam. Não precisa ser cientista para saber que veneno serve para matar”, alerta ressaltando que uma pulverização aérea realizada em Lucas do Rio Verde atingiu o perímetro urbano matando árvores e hortas.

Também participaram da abertura do evento, Valdiney Antonio de Arruda, presidente da Associação Mato-grossense dos Auditores Fiscais do Trabalho (Amafit), professora Ivanildes Ferreira dos Santos, representante do deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT) e professora Maria das Graças Silveira, representando a deputada estadual Verinha Araújo (PT). Cerca de 120 delegados do estado participam do evento, que vai discutir e traçar o plano de luta e ação e eleger a nova presidência e diretoria para o triênio 2006/2009.