MT era núcleo da fraude na saúde comandado pela família Trevisan

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (04) a Operação Sanguessuga em 7 estados. O objetivo é desarticular uma organização criminosa especializada na prática de crimes contra a ordem tributária e fraudes em licitações na área de saúde que agia desde 2001.

Até esta manhã, 20 pessoas haviam sido presas em Mato Grosso apontado pelas autoridades federais como o núcleo da quadrilha. De acordo com o delegado Tardelli Boaventura que está à frente das investigações, todo esquema partia da empresa Planam Indústria, Comércio e Representações Ltda localizada em Cuiabá e de propriedade da família Trevisan.

Seis integrantes da família estão presos: O empresário Darci José Vedoin e sua esposa, Cléia Maria Trevisan além dos filhos Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Alessandra Trevisan Vedoin e marido Ivo Marcelo Spinola da Rosa e ainda Gustavo Trevisan Gomes. Todos estão com prisões temporárias decretadas e terão que responder por corrupção passiva, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

De acordo com as investigações, em 75 prefeituras de Mato Grosso foram detectadas fraudes em licitações para benefício do grupo. Também está presa uma funcionária graduada do Ministério da Saúde. Maria da Penha Lino, que intermediava os projetos das prefeituras e facilitava a liberação de recursos, na maioria, oriundos de emendas parlamentares. Lino era ex-funcionária da Planam e foi colocada no ministério por força política da organização criminosa, segundo afirmou o delegado Tardelli.

O delegado informou que por trás da Planam havia uma séria de outras empresas de fachada que eram usadas para vencer as licitações na modalidade de cartas-convite (valor de até R$ 80 mil). O grupo, segundo ele, teria movimentado desde 2001 cerca de R$ 110 milhões.

Tardelli disse ainda que nos últimos 15 dias abriu mais 54 inquéritos. Na lista de presos, há empresários, funcionários públicos e assessores parlamentares. O delegado não informou se há assessores ou deputados de Mato Grosso envolvidos nas falcatruas. Porém, ele já encaminhou os inquéritos à Procuradoria Geral da República que pode pedir ao STF (Superior Tribunal Federal) autorização para investigar parlamentares e prefeitos já que gozam de foro privilegiado.

Além de Mato Grosso, a operação deflagrada hoje também acontece no Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Acre, Amapá e Distrito Federal. No Acre, a PF prendeu o ex-deputado Ronivon Santiago. Todos os presos estão sendo trazidos para Mato Grosso. Na operação, a PF utilizou 250 homens e 50 delegados.

Confira a listas das pessoas presas em MT

Adilson da Silva Guimarães (empresário)

Alessandra Trevisan Vedoin (empresária)

Alessandro Silva de Assis (representante comercial da Planam)

Angelita Felipe Nunes

Cléia Maria Trevisan (empresária)

Cíntia Cristina Medeiros (empresária)

Darci José Vedoin (empresário)

Enir Rodrigues de Jesus (empresária)

Francisco Machado Filho (vendedor)

Gustavo Trevisan Gomes (empresário)

Helen Paula Duarte Cirineu (empresária)

Ivo Marcelo Spinola da Rosa (empresário)

José Thomaz de Oliveira Neto (empresário)

Luiz Antonio Trevisan Vedonin (empresário)

Maria Estela da Silva (empresária)

Maria Leonir de Jesus Lara (empresária)

Neureny Aparecida (empresária)

Ronildo Pereira Medeiros (empresário)

Tabajara Montezuma Carvalho (empresário)