Quem não deve não teme, diz Júlio sobre denúncia; jurista vê promoção
Segundo Fabrinny, não há nenhum elemento nos autos que provem o envolvimento do democrata. “Absolutamente infundada. É só pela repercussão por ele ser deputado federal, ex-governador e ex-senador. Com o julgamento do Mensalão, mais um deputado denunciado é um prato cheio para ganhar visibilidade”, disparou.
Na denúncia feita nesta quinta (24), o MPF acusou Júlio Campos de participação nos assassinatos do empresário Antônio Ribeiro Filho e do geólogo Ladislau Haraly, ocorridos em São Paulo, em 2004. Conforme o MP, o deputado teria sido o mandante dos crimes, com o intuito de se apropriar de terras com incidência de pedras preciosas no Estado.
O advogado, por sua vez, afirmou que o democrata sequer conhecia Ladislau: “nunca viu mais gordo na vida”. Já em relação a Antônio Ribeiro, destacou que ambos eram amigos e que Júlio mantém contato até hoje com a família. “Alguém seria amigo dele se tivesse mandado matar o empresário?”, questionou.
Quanto às terras, o jurista sustentou que estão localizadas num Parque Federal e Estadual, onde não pode haver exploração, sendo que o próprio deputado fez a doação da área. “Esses dois tinham problema no Mato Grosso do Sul. Brigaram com o proprietário de uma área com mina de ferro e requereram o direito de lavra. Os assassinos são do Mato Grosso do Sul e a culpa é do Júlio Campos”, ironizou.
Fabrinny também desqualificou a acusação desde o início do inquérito. Ele disparou que o advogado que envolveu o deputado na denúncia, sabia que Júlio era amigo de Antônio Ribeiro e o citou como possível mandante do crime para poder extorqui-lo. Além disso, declarou que um delegado que atuava nas investigações foi afastado por corrupção e o outro era usuário de drogas e se suicidou.
Por fim, o jurista disse que o fato da denúncia estar nas mãos do ministro Marco Aurélio de Mello, é um conforto, pelo mesmo ser um legalista. Ele lembrou ainda que o próprio ministro já concedeu um habeas corpus impedindo a quebra de sigilo bancário e telefônico do deputado, no mesmo caso, por não ver indícios de seu envolvimento. O inquérito ao qual foi oferecida a denúncia tramita no STF desde abril de 2011, devido ao foro privilegiado de Júlio. Se acatada pelo ministro, o democrata se torna réu em ação penal. Caso contrário, será definitivamente inocentado da acusação.
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