Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 04 de Maio de 2006 às 13:35
Por: Richard Waddington

    Imprimir


O trabalho infantil, especialmente em suas piores formas em que a vida das crianças é colocada em risco, diminuiu pela primeira vez no mundo todo, afirmou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), na quinta-feira.

Em comparação com os dados anteriores, de quatro anos atrás, a OIT disse que o número de crianças com idades entre 5 e 17 anos que trabalham caiu 11 por cento, para 218 milhões.

O número dos envolvidos em atividades de risco, nas quais a saúde física e psíquica está em perigo, caiu 26 por cento, para 126 milhões, afirmou a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) em um relatório.

Se o atual ritmo de declínio perdurar, as piores formas de trabalho infantil, pelo menos, podem estar erradicadas até 2016, acrescentou o órgão.

"O fim do trabalho infantil está a nosso alcance", afirmou o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. "Apesar de a luta contra o trabalho infantil continuar sendo um desafio assustador, estamos no caminho certo."

Os trabalhos mais perigosos estão nos setores de agricultura, mineração e construção. Mas o conceito cobre também ocupações como a escravidão, a prostituição e o recrutamento forçado para se juntar às Forças Armadas.

O relatório atribuiu a melhoria da situação a uma vontade política renovada de enfrentar o problema, em especial por parte do governo de grandes países em desenvolvimento como o Brasil e a China.

Outro fator é o bom momento da economia mundial, o que reduz a necessidade das famílias pobres de colocar suas crianças para trabalhar.

QUEDA NO BRASIL

Cerca de 160 países, ou 90 por cento dos membros da OIT, ratificaram a Convenção sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil, de 1999. Quatro anos atrás, essa cifra era de 117.

E o número de países que aderiram ao tratado que fixa como 15 a idade mínima para uma criança trabalhar aumentou de 116 para mais de 140.

"Vimos uma mudança grande quanto à consciência sobre o problema do trabalho infantil no mundo todo. E um consenso amplo surgiu a respeito da urgência de erradicar esse flagelo", afirmou Somavia na introdução do relatório.

A América Latina e o Caribe registraram o maior declínio nos últimos quatro anos — nessas regiões, o número de crianças presentes no mercado de trabalho caiu em mais de 60 por cento. Atualmente, cerca de 5 por cento dessas crianças trabalham.

No Brasil, cujo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, trabalhou quando criança, o número de crianças com idades entre 5 e 9 anos no mercado de trabalho caiu 61 por cento desde 1992, enquanto o número de crianças com idades entre 10 e 17 anos na mesma condição caiu 36 por cento.

As regiões da Ásia e do Pacífico também registraram uma queda significativa, mas ainda há 122 milhões de crianças com idades entre 5 e 14 anos trabalhando ali. Essa é a maior cifra do tipo entre as regiões do globo.

Mas, em termos relativos, a parte mais afetada do mundo pelo problema continua sendo a África subsaariana, onde 26 por cento das crianças trabalham, ou cerca de 50 milhões delas.




Fonte: Reuters

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/303131/visualizar/